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Paulistão: Na história de decisões, Santos tem vantagem sobre o São Paulo

Alessandro Yara Rossi, FPF - 29 de abril de 2011 - 05:32

Um dos maiores clássicos do futebol acontecerá na semifinal do Campeonato Paulista, neste sábado no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, às 16h: São Paulo e Santos prometem um clássico de extremo equilíbrio pelo enorme talento que cada elenco possui, além, é claro, da rivalidade.

Quando se enfrentaram na fase classificatória, na Vila Belmiro, o time santista venceu pelo placar de 2 a 0 com gols que Elano e Maikon Leite. Placar que é reflexo do retrospecto entre as equipes em confrontos decisivos pelo Paulistão, onde o Santos vence por uma apertada margem, 6 a 5.

Este histórico de confrontos decisivos se iniciou no ano de 1949, quando o sistema de disputa do campeonato era por pontos corridos, e com muita regularidade, o São Paulo logo assumiu a liderança e abriu uma grande diferença ao segundo colocado Palmeiras. Tanto que na penúltima rodada, a equipe tricolor precisava de uma simples vitória contra o Santos, que não aspirava mais nada na competição, e com gols de Teixeirinha e dois de Friaça, o São Paulo venceu por 3 a 1 conquistando o título antecipado daquele ano.

Em 1953, o sistema era o mesmo com turno e returno e pontos corridos. O São Paulo chegava na antepenúltima rodada necessitando de um triunfo sobre o Santos, sétimo colocado naquela ocasião. O jogo ocorreu na Vila Belmiro e com muita superioridade o São Paulo obteve mais um título estadual: vitória por 3 a 1, com gols de Maurinho, Albella e Negri, novamente a regularidade prevaleceu para ser campeão.

No emocionante Campeonato Paulista de 1956, Santos e São Paulo eram líderes. O primeiro quase deixou o título escapar quando perdeu para o Palmeiras na penúltima rodada, a sorte ficou por conta do segundo que empatou com a Portuguesa. Na última partida, o Santos venceu o Corinthians, enquanto o São Paulo derrotou o Palmeiras, o que forçou um jogo de desempate. No primeiro tempo da peleja decisiva, o São Paulo saiu vencendo por 2 a 1, com dois gols de Zizinho, artilheiro da competição. Porém no segundo tempo, o Santos dominou completamente e Tite e duas vezes Del Vecchio viraram para 4 a 2, garantindo o título santista.

Outra partida decisiva entre Santos e São Paulo aconteceu em 1962, quando a equipe da baixada santista necessitava de uma simples vitória para se sagrar campeão. A conquista veio na penúltima rodada, com uma goleada por 5 a 2, após em menos de 20 minutos estar perdendo por 2 a 0, gols de Roberto Dias e Benê, porém a máquina santista naquela época prevaleceu e como um rolo compressor, Coutinho e duas vezes Dorval e Pepe viraram o marcador.

Perto do natal de 1967, Santos e São Paulo fizeram a decisão do campeonato, já que terminaram rigorosamente empatados, com 16 vitórias, nove empates e uma derrota. O São Paulo estava em uma fila de 10 anos sem conquistas e o Santos procurava se recuperar da perda do Torneio Roberto Gomes Pedrosa para o Palmeiras. Comandado por Pelé e Toninho Guerreiro, com um tento cada no primeiro tempo, deixou o São Paulo em situação complicada, e partindo para cima no segundo tempo, apenas descontou com Babá, mas somente no final do jogo. Depois foi só esperar o apito final e Pelé conquistar mais um título na carreira.

Em 1969, os quatro grandes da capital paulista se classificaram a um quadrangular final, e na última rodada, o Santos precisava de apenas um empate contra o São Paulo. Controlando a posse de bola, o time da Vila Belmiro, segurou um empate sem gols e garantiu o Paulistão.

O Campeonato Paulista de 1978 tinha 20 agremiações e contou com um sistema de disputa mirabolante: três turnos distintos. O primeiro foi conquistado pelo Corinthians, o segundo a Ponte Preta levou, mas no terceiro, o que realmente valia para conquistar, apenas dez equipes participaram, e os quatro melhores classificados iriam para as semifinais. O Santos passou pelo Guarani e o São Paulo eliminou o Palmeiras.

A partida derradeira aconteceu somente em 1979, e o Santos precisava de um empate, já ao São Paulo, só a vitória interessava tanto no tempo regulamentar quanto na prorrogação. Após 90 minutos de jogo, o tricolor venceu por 2 a 0, gols de Zé Sérgio e Neca, isso forçou o chamado tempo extra, onde o Santos segurou o marcador por 0 a 0 e o título entrou para a história do clube, em razão de ter sido o primeiro depois da “Era Pelé”, encerrada em 1974.

O camisa 10 daquela equipe denominada ‘Meninos da Vila’ era Pita, que lembra como se fosse ontem aquela partida. “Foi o meu primeiro ano como profissional, me representou uma alto confiança enorme vestir a dez que foi usada por Pelé. Este título é o mais emocionante da minha carreira, já que comecei no Santos com 16 anos e me lembro muito, é uma emoção que me arrepia até hoje. O São Paulo tinha um time muito forte e experiente, nós éramos jovens, vindos das categorias de base, como o Juary, Toninho Vieira, Nilton Batata e o João Paulo, mas a nossa confiança de que poderíamos ganhar o Paulistão eram enormes, e a aposta da diretoria nas categorias rendeu frutos e até hoje o Santos não para de revelar craques ao futebol brasileiro”, afirmou o ex-craque do Santos.

A edição de 1980, era composta por dois turnos, onde o campeão de cada se enfrentavam em uma final de duas partidas. O primeiro turno foi do Santos e o segundo do São Paulo. Na decisão, o São Paulo venceu o primeiro jogo por 1 a 0, gol de Serginho Chulapa. No segundo jogo, nova vitória do time do Morumbi pelo mesmo placar e novamente marcado por Chulapa.

Um dos principais destaques nesta conquista foi o meia Renato, conhecido como ‘Pé Murcho’, em função de seu chute não ser forte, compensado com habilidade fora do comum e maestria para servir no ataque a Chulapa e Zé Sérgio. O ex-atleta lembra com muito carinho este título. “Foi importante, era meu primeiro ano no São Paulo, eu tinha jogado no Guarani. Nosso time era forte naquela época, o Carlos Alberto Silva montou perfeitamente contávamos com o Serginho, que marcava diversos gols, o Zé Sérgio, que na ocasião era o melhor atacante do Brasil e tinha o Paulo César. Eu caía nas costas dos laterais e municiava o ataque, tanto que na segunda partida, realizei o cruzamento, onde o Chulapa fez de cabeça”, comentou Renato.

Nas semifinais de 1983, São Paulo e Santos se confrontaram. Na primeira partida, vitória do time do Morumbi por 2 a 1. No segundo, empate por 1 a 1, que garantiu o São Paulo na final, onde perdeu diante do Corinthians.

Em 2000, novamente São Paulo e Santos realizaram uma final, onde os dois jogos foram disputados no Morumbi. O time comandado pelo centroavante França, jogava por dois resultados iguais para se sagrar campeão. No primeiro duelo, 1 a 0, gol do próprio França, já no segundo confronto, um empate eletrizante por 2 a 2, onde o hoje atacante do Sport (PE) Marcelinho fez o gol de igualdade, e deu ao São Paulo o troféu do Paulistão.

No ano de 2005, o sistema voltou a ser de pontos corridos e o São Paulo, obteve seu último título estadual na antepenúltima rodada, vindo no empate com o Santos por 0 a 0.

A última vez que Santos e São Paulo disputaram uma partida de cunho decisivo pelo Campeonato Paulista da Série A1, foi no ano passado, pelas semifinais, onde o time liderado por Neymar e Paulo Henrique Ganso venceram Rogério Ceni e companhia nos dois encontros: 3 a 2 e 3 a 0. Posteriormente, o Santos foi campeão em cima do Santo André, obtendo mais um título da competição.

Agora as atenções estão voltadas para o jogo deste sábado, e a promessa é de mais um duelo que deverá entrar para a rica história de São Paulo e Santos.

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