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Paranaiba pode ter deputado; PMDB quer cargo de Artuzzi

Graciliano Rocha/Campo Grande News - 05 de novembro de 2007 - 15:55

O PMDB vai entrar na Justiça para tentar retomar o mandato do deputado estadual Ari Artuzi, que se elegeu pelo partido em 2006 e se filiou ao PDT em setembro. A decisão foi tomada após uma reunião que durou quase noventa minutos na casa do presidente estadual da legenda, deputado federal Waldemir Moka.

“A executiva do partido decidiu por seis votos a três recorrer à Justiça para tentar obter o mandato de volta”, informou Moka. Segundo ele, a assessoria jurídica do PMDB começa a preparar a ação já a partir de amanhã.

A votação foi secreta. Os votos foram escritos em pedaços de papel onde os membros da executiva anotaram sim ou não para o pleito judicial. A 1ª suplente da Assembléia Celina Jallad, que exerce o mandato interinamente com a licença de Carlos Marun, participou da eleição. Houve quatro abstenções.

Caso o pedido do PMDB seja aceito pela justiça, Celina ficará definitivamente com a vaga e o ex-prefeito de Paranaíba Diogo Tita, 2º suplente do partido e que provocou a reunião da executiva, será empossado como substituto de Marun.

Puccinelli minimizou o efeito da sua decisão na sua base de apoio na Assembléia. O PDT de Artuzi integra a bancada governista. Lançando mão de uma citação bíblica, ele se disse traído por Artuzi.

“Quem tinha direito de ficar bravo era eu, disse a ele [Artuzi] que antes de o galo cantar três vezes me trairás. Perguntei uma vez e ele me disse que não sairia, perguntei a segunda vez e ele me disse que não sairia, perguntei a terceira vez, ele me disse que não era filho de pai apressado e disse que não sairia, e saiu”, comparou Puccinelli ao episódio da negação de Cristo pelo apóstolo Pedro.

Puccinelli, que demitiu todos os apadrinhados de Artuzi no governo quando ele trocou de partido, disse que a decisão do PMDB não se trata de vingança. “Vingança quem vai fazer é o povo, que vai comer o fígado dele”.

Baralho eleitoral - O primeiro partido a declarar o interesse de tentar cassar um mandato por infidelidade em Mato Grosso do Sul é curiosamente a legenda que mais engordou com o troca-troca partidário.

O PMDB elegeu no ano passado sete deputados estaduais. Chegou a oito em janeiro quando Maurício Picarelli trocou o oposicionista PTB pelo partido do governador, e voltou a ter os mesmos sete depois que Artuzi foi para o PDT. Como Picarelli trocou de partido antes de 27 de março - data em que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerou que o mandato pertence ao partido e não ao político - não há risco de cassação.

Além dos deputados, o partido ganhou pelo menos 10 novos prefeitos e dezenas de vereadores em Campo Grande e no interior.

A saída de Artuzi do PMDB foi uma resposta à filiação de outro parlamentar ao partido, o deputado federal Geraldo Resende (ex-PPS), em agosto. Os dois são pré-candidatos à prefeitura de Dourados. O PPS já expressou interesse em tentar cassar o mandato de Resende por infidelidade.

Terno da posse - O ex-prefeito Tita estava radiante após a decisão da executiva. Dizendo-se “prestigiado” com a decisão, ele comentou que um mandato de deputado é uma necessidade da região já que Paranaíba e boa parte da chamada região do Bolsão não conseguiu eleger nenhum parlamentar na Assembléia.

E esbanjou otimismo: “Vamos esperar a decisão judicial e daí vamos escolher um terno baratinho.”

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