Denilson chega a Academia de Futebol do Palmeiras. O treino começa às 16h, mas uma hora e meia antes o atleta já está lá, fazendo trabalho de fisioterapia com Nilton Petroni, o Filé. Não, ele não tem nenhum tipo de problema médico ou muscular.

"Todo dia chego mais cedo para dar um 'trato' antes de começar as atividades. Isso tem feito eu me sentir melhor no dia-a-dia dos treinos e também nos jogos", afirmou.

Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (11) no estádio Palestra Itália, Denilson foi sincero ao afirmar que está se sentindo de bem com a vida no Palmeiras.

"Estou feliz e confiante. Tenho vindo para cá muito motivado. Eu amo jogar futebol e precisava de algo que me despertasse, pois depois que deixei o Bétis-ESP, perdi um pouco dessa vontade. No Palmeiras, tenho encontrado um caminho, principalmente com a ajuda do Vanderlei [Luxemburgo]. Cheguei definitivamente a conclusão que dinheiro ajuda, mas não é tudo."

Adaptação

Para o jogo desta quarta-feira, contra a Ponte Preta, Denilson treinou entre os titulares e deve fazer a função de quarto homem de meio-campo, mais como articulador, bem diferente daquilo que ele vinha desempenhando em outros clubes.

"Tenho me adaptado nessa nova função que o Vanderlei está tentando encontrar para mim. Durante os treinos eu já vinha desempenhando esse papel de armador", disse.

"Já joguei em diferentes posições desde que cheguei, mas o diferencial é que estou me aproximando mais do gol. Antes eu era apenas um ponta, que ficava pelos lados, sem objetividade. O Vanderlei tem pedido para eu chegar mais na área, e contra o Bragantino eu fui feliz marcando dois gols", completou.

Sem comparações

Denilson evitou qualquer tipo de comparação com o chileno Valdivia, que cumpre suspensão automática nesta quarta-feira.

"Não tem nada a ver o meu futebol com o dele. O Valdivia é um atleta fora de série, que tem um domínio incrível. É diferente daquilo que eu faço em campo", admitiu.

Força do elenco

O camisa 29 do Verdão repetiu o discurso dos demais companheiros e destacou para a força do elenco palmeirense.

"O Vanderlei sempre fala que quem está na reserva é até mais importante daquele que está jogando. Temos um grupo forte e todos precisam estar preparados."

Críticas

Perguntado por um jornalista se a idade o atrapalhava na parte física, Denilson respondeu cutucando a cultura do futebol brasileiro.

"Tenho 30 anos. E, no Brasil, já somos considerados velhos. Na Europa, o jogador mais experiente é muito mais valorizado do que qualquer outro. Aqui, isso não existe. Os comentários são maldosos e preconceituosos. É preciso ter cabeça boa para não ser influenciado por esse tipo de comentário", disparou.