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Palestra ensina jovens dizer "não" às drogas

Notícias MS/ Karina Lima - 11 de abril de 2012 - 07:30

“A pessoa só tem como saber se é dependente químico depois que usa algum tipo de droga. Não há exame médico para antever isso. O ideal é não cair na besteira de se envolver com drogas, pois dificilmente quem usa consegue voltar sozinho. É um poço sem fundo. Não duvide e não use”, orienta a investigadora da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), Suely Baldo, nos primeiros minutos da palestra “Prevenção e Combate de Uso a Drogas”.

A palestra foi oferecida aos alunos da Escola Estadual João Carlos Flores, bairro Rita Vieira, na Capital, na manhã de terça-feira (10). A palestra tem como público-alvo os adolescentes que estão cursando o Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul.

Vídeos, apresentações em slides e uma maleta com amostras de diferentes tipos de entorpecentes, tudo é apresentado aos alunos durante as palestras como forma de ilustração para informar e prevenir.



Durante o encontro, a cada novo slide a policial retira da maleta a substância (droga) apresentada no telão. “O que em um primeiro momento pode parecer só uma ‘folhinha’ ou ‘pó’ é na verdade substância química e perigosa que destrói os neurônios, e em alguns casos pode provocar o retardo mental”, explica a investigadora da Denar.

Segundo Suely Baldo, uma única pedra de craque tem a capacidade de destruir até 10 mil neurônios. “O traficante em si não usa drogas. O que ele faz a você é a seguinte proposta: ‘te dou dez paradinhas, você vende nove e uma é sua\'. Isso na verdade é uma armadilha para você entrar no tráfico e ainda ficar dependente da substância e do traficante. O traficante mesmo não é bobo de usar, o que ele quer é vender, ter lucro. Seja esperto e não caia nesse golpe”, é a orientação dada pela investigadora da Denar.

Olhos atentos e raciocínio lógico

Na plateia os olhos atentos e curiosos dos estudantes revelam quão o tema desperta o interesse deles. A cada dado transmitido pela palestrante um novo som é ecoado no ambiente, seja por meio de palavras soltas, um simples murmúrio de espanto ou até de assombro, e no meio do “barulho” todo já há estudantes que têm opinião formada sobre o assunto.



“A palestra ajuda a gente. Eu já sabia dos perigos das drogas, mas muita coisa dita aqui eu não conhecia. Na hora da palestra algumas histórias que ela [investigadora da Denar] conta podem parecer absurdas, mas se a gente pensar de verdade dá medo. Acho que se muita gente soubesse de todo o mal que as drogas causam talvez elas não tivessem usado”, fala a estudante de 15 anos Stella Vaz.

E quem tem opinião semelhante à de Stella é a sua colega Larrisa Cândido, de 14 anos. “A palestra é interessante. O ideal é que nenhum jovem se envolva com droga, ainda mais quando se sabe todo o estrago que ela pode nos causar. É coisa de ter valor, de amor próprio mesmo”, diz a jovem.

Pensando nessas questões de valores o diretor da Escola Estadual João Carlos Flores, Claudecy José da Cruz, resolveu trazer a palestra da Denar ao colégio. “A ideia partiu da nossa coordenadora pedagógica Osmarina e eu aceitei. Aqui já trabalhamos outros temas [trânsito, saúde, disciplina] em palestras e atividades. O trabalho da Denar só veio complementar nosso plano de trabalho. Inclusive orientamos os nossos professores que ao término desta palestra conversem com os seus alunos e promovam atividades”, explica o diretor.



“Assim que tive conhecimento do trabalho da Denar eu entrei em contato com o delegado da Denar, Marcos Takeshita. A intenção é orientar nossos jovens mesmo. Sabemos e já vimos alguns fumando cigarro e isso nos preocupa. O uso do cigarro pode desencadear para coisas mais sérias e não há arma melhor para combater os problemas que o diálogo e a informação”, conclui a coordenadora pedagógica Osmarina Souza.

Combater é informar

Nos colégios são pautados temas como: o golpe \"boa noite cinderela\" – em que uma vítima consome sem saber uma bebida com droga diluída; álcool; cigarro; cola de sapateiro; ansiolíticos – remédios para ansiedade e obesidade que em doses excessivas causam dependência, e drogas ilícitas (maconha, haxixe, craque, pasta base, LSD e ópio).

Durante as palestras as drogas são apresentadas aos estudantes por meio de classificações: depressiva, estimulante e perturbadora. Segundo a Denar, os estudiosos fazem essa divisão por classe com base na ação que cada tipo exerce sobre o sistema nervoso.

Entorpecentes e crimes

O delegado da Denar, Marcos Takeshita, revela que é possível até classificar um crime com base no uso de drogas que um indivíduo consome, a exemplo das drogas perturbadoras, como o LSD, que tende a envolver os dependentes em ocorrências de suicídios, por estimular a alucinação ou a sensação sinestésica – que é um estado neurológico que provoca a mistura de sentidos - sendo possível sentir aroma nas cores e cores nos sons.

“A pessoa sob efeitos do LSD tende a ver monstros, ou seja, ver coisas onde não tem. Imagine um usuário que está em um prédio e tem uma alucinação, é possível que ele se jogue da sacada ou janela. Não é que ele queira se matar, mas fugir das supostas ‘ameaças’”, explica o delegado da Denar.

Mais danos à saúde

Os entorpecentes, além de danificar irreversivelmente o sistema nervoso, ainda podem levar a doenças infecciosas. O uso coletivo de seringas para a injeção de drogas é um dos principais meios de transmissão do vírus da Aids e da hepatite B e C.

Os diretores interessados em agendar uma palestra da Denar em sua escola devem entrar em contato pelo telefone (67) 3341-5055.

Aline Lira

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