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OAB culpa abandono da Funai por mortes de índios no MS

ACS - OAB - 10 de março de 2005 - 16:49

O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso do Sul, Geraldo Escobar, afirmou hoje (10) que a Fundação Nacional do Índio (Funai) abandonou por completo os índios da região de Dourados, onde dezenas de crianças têm morrido todas as semanas em decorrência da desnutrição. “Acredito que houve um abandono na assistência diária por parte da Funai e o Brasil só está tomando conhecimento disso agora, depois que os índios começaram a morrer no Mato Grosso do Sul”, afirmou Escobar.

A situação dos indígenas é crítica na opinião do presidente da OAB-MS, que garante que o problema de desnutrição nas aldeias vem de anos. “Cada dia morre um índio e ainda há mais de 20 crianças nesta situação”. Geraldo Escobar lembrou que o governo passou a enviar cestas básicas para as aldeias, mas afirmou que essa medida não sana a deficiência alimentar dos indígenas. “Como a saúde das crianças está debilitada há algum tempo, elas sequer suportam o tratamento que está sendo feito”.

Geraldo Escobar encaminhou à vice-presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) da OAB, Elenice Pereira Carille, relatório sobre o número de crianças indígenas que morreram nas aldeias de Dourados por não terem o que comer. Dirigentes da Comissão e o presidente da OAB-MS devem visitar algumas dessas tribos na próxima semana para constatar “in loco” a situação dos índios.

O relatório foi feito pela Subseção da OAB de Dourados. Nele, a entidade pede providências urgentes por parte do governo para contornar os índices de mortalidade infantil nas aldeias.

A situação pode ser constatada no hospital infantil localizado na aldeia de Jaguapiru, a 15 quilômetros de Dourados, que trata de crianças desnutridas em decorrência de falta de comida ou por terem sido abandonadas pelos pais. A aldeia é composta de índios das etnias kaiowá e guarani. Lá, três crianças morreram por desnutrição só este ano. Em 2004, a desnutrição matou 15 índios menores de cinco anos nas aldeias de Mato Grosso do Sul, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

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