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O recado do Cheida: O fim do mundo

Luiz Eduardo Cheida - 23 de maio de 2008 - 11:24

O barril de petróleo bateu a casa dos 140 dólares. Um aumento de quase 20% em uma semana!

Por muito menos que isso, a nação mais poderosa e belicista do mundo foi à guerra. Cá entre nós, mandou seus filhos à guerra para ter acesso a um petróleo mais em conta, aproveitando também, assim como quem não quer nada, para vender armas, munições, caças-bombardeios e porta-aviões. Uma espécie de liquidação de saldos de balanço. Afinal, em época de patriotismo exacerbado, filhos e espingardas não passam de suprimentos.

O planeta consome um milhão de barris de petróleo por segundo. E este mesmo mundo desenvolvido mata e morre por ele porque tem nele sua maior fonte de energia.

As guerras, neste começo de século, continuam sendo feitas por recursos naturais esgotáveis. É assim, de forma predatória, que estes países buscam suas alternativas energéticas.

No entanto, na contramão desta secular imposição beligerante, nações menos ricas e periféricas começam a buscar alternativas energéticas de forma diametralmente oposta. Elas querem alternativas limpas. Além disso, apostam não na rapinagem e sim no compartilhamento por novas tecnologias e seus resultados.

Assim, deste verdadeiro nó górdio planetário em que se transformou a questão energética, nascem duas espetaculares novidades: países que, descartando termoelétricas a carvão e petróleo, buscam energias renováveis (que emitam pouco ou nenhum gás de efeito estufa) e, contrariando os que tomam estes recursos à força, buscam-nos de maneira solidária.

Curiosamente, são nações que, com ênfase maior, têm buscado a diminuição das desigualdades sociais, a erradicação do analfabetismo, o combate à pobreza, enfim, a redução de suas assimetrias.

Nesta busca por alternativas energéticas renováveis (e viáveis), representantes de mais de 50 países da Ásia, África, América Central, México, Ilhas Pequenas (que somam 24 países), América do Sul e Europa, estiveram nesta semana, em Foz do Iguaçu, no Fórum Global de Energias Renováveis, evento patrocinado pela ONU e pelo governo brasileiro.

Ali, depois de nos mostrar inúmeras alternativas de energia e renda, a pequenos e médios produtores rurais da região; com a sensibilidade aflorada, e em resposta aos que dão a causa de nossa sobrevivência como perdida, o Diretor da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, assim finalizou o evento:

- Aqui, hoje, decretamos o fim do fim do mundo!

Samek, captando a euforia que tomava conta de todos, resumiu tudo: enquanto existirem nações que mantenham a chama da solidariedade acesa, estaremos a salvo.

Quem sabe, na busca por alternativas energéticas limpas encontremos alternativas para a nossa própria sobrevivência?

Até porque, nenhuma energia tem tanta força quanto a solidariedade...

Quem sabe?

Um forte abraço e até sexta que vem.








Luiz Eduardo Cheida é médico, deputado estadual e presidente da Comissão de Ecologia da Assembléia Legislativa do Paraná. Premiado pela ONU por seus projetos ambientais, foi prefeito de Londrina, secretário de Estado do Meio Ambiente, membro titular do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.


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