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Níveis de infecção em bovinos estão associados ao clima

Agência Notisa - 11 de fevereiro de 2006 - 08:43

Pesquisa mostra que, em períodos chuvosos, a infecção parasitária em bezerros se espalha mais facilmente pela pastagem. Em períodos de seca, a contaminação seria bastante reduzida.



Os parasitas gastrointestinais causam graves prejuízos à indústria pecuária. Eles são mais comuns em bezerros e se manifestam de várias formas nos animais, dependendo do grau de infecção e da espécie parasitária envolvida. Um dos principais fatores responsáveis pelo aumento da infecção é o clima. Em períodos chuvosos, quando o índice pluviométrico é maior, a probabilidade de a infecção se espalhar é grande. Isso é o que mostram pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria em um estudo realizado com 110 bezerros no estado do Rio Grande do Sul entre março e julho de 2004.



O objetivo do trabalho foi correlacionar o efeito do clima sobre a infecção de parasitas gastrointestinais em bezerros naturalmente infectados e a infestação de larvas na pastagem. De acordo com artigo publicado na edição de novembro/dezembro de 2005 da revista Ciência Rural, os animais, com infecção natural, foram transferidos para uma área na qual havia sido realizada uma colheita de milho.



Os resultados mostram que houve um aumento significativo da infecção. Segundo a equipe, o aumento está associado ao crescimento do número de larvas infectantes na pastagem. “O aumento seguiu um comportamento similar à precipitação, com uma correlação que apresentou o menor nível no primeiro período, sendo este antecedido por uma seca prolongada previamente à realização do trabalho. Nos dois primeiros períodos não foram encontradas larvas na pastagem, o que pode ter ocorrido devido ao déficit pluviométrico acentuado que antecedeu o experimento”.



De acordo com os pesquisadores, o alto nível de infestação na pastagem ocorreu devido à alta taxa de infecção dos animais e também devido às condições climáticas favoráveis. Dessa forma, eles sugerem que medidas sejam adotadas para evitar que os parasitas causem prejuízos à produção. “O plantio e o acesso de animais em áreas após o cultivo de culturas estacionais pode reduzir o número de larvas infectantes na pastagem. Desta forma, os animais que estiverem nestas áreas terão um menor risco de contaminação. No entanto, esta estratégia pode ser equivocada, quando os animais são tratados com medicação antiparasitária de longa persistência, o que aumentará a pressão de seleção parasitária”, explicam no artigo.



Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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