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Negociações fracassam e bancários mantêm greve

Mylena Fiori/ABr - 22 de setembro de 2004 - 07:41

São Paulo - A greve dos bancários deve prosseguir por tempo indeterminado em todo o país. Reunidos na tarde de ontem, em São Paulo, representantes dos bancários e dos banqueiros não chegaram a um acordo. O encontro, solicitado na última sexta-feira pela Confederação Nacional dos Bancários (CNB) à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), tinha por objetivo a retomada das negociações. Os bancos, no entanto, mantiveram a proposta apresentada no dia 8 deste mês, e rejeitada pelos bancários em assembléias realizadas na última semana. Não há previsão de nova reunião.

Ontem, segundo balanço da CNB, mais de 200 mil bancários cruzaram os braços em 24 capitais e 104 cidades do interior. Para amanhã, estão previstas novas assembléias e a orientação da Executiva Nacional dos Bancários é que a categoria mantenha e amplie a greve em todo o país.

“Os bancários são uma categoria organizada no país inteiro, trabalhadores do setor que mais lucra no país, que cobra tarifas altíssimas dos clientes e que tem condição de atender às reivindicações”, afirma o presidente da CNB, Wagner Freitas. “Enquanto a Fenaban não estabelecer uma proposta diferente daquela que fez a greve vai continuar, pois esta proposta já foi rechaçada pelas assembléias. Está na mão dos bancos a solução da greve”, enfatiza.

Na avaliação do superintendente de Relações Trabalhistas da CNB, Magnus Ribas Apostólico, a situação está diante de um impasse “intransponível”. “Não temos condição de reabrir negociação a menos que haja compromisso deles (bancos) de que os custos da proposta não serão alterados, e isto eles dizem que não têm condições. Então, estamos diante de um impasse”, disse.

Os bancários reivindicam reposição da inflação mais aumento real de 17,68% e participação nos lucros e resultados de um salário mais R$ 1.200. Os banqueiros oferecem reajuste salarial de 8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500 – o que representa reajuste de até 12,77% e aumento real de 5,75%. Para os que ganham acima de R$ 1.500, o reajuste sugerido é de 8,5%, assim como para as demais verbas de natureza salarial como vales alimentação, refeição e auxílio-creche. A proposta, rejeitada, prevê Participação nos Lucros e Resultados de 80% do salário mais R$ 705 e pagamento de vale-alimentação extra de R$ 217.

A proposta, negociada ao longo de dois meses, foi considerada “passível de aceitação” pelos representantes dos bancários mas rejeitada pela categoria em assembléias que vêm sendo realizadas em todos os estados desde a última semana. A cada dia, novas cidades aderem à greve iniciada na última terça-feira em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Florianópolis.

Anteontem à noite, após 7 dias de paralisações, o Ministério Público Estadual entrou com pedido de julgamento de greve junto ao Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. A medida pode resultar em negociação judicial – o chamado dissídio – dos bancários paulistas, o que quebraria a unidade do movimento nacional, na avaliação de Wagner Freitas.


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