Não há mais data para a viagem dos membros da CPI dos Correios aos Estados Unidos em busca de documentos sigilosos relativos à conta Dusseldorf, do publicitário Duda Mendonça, em uma agência bancária de Nova York. O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), distribuiu nota na noite desta terça-feira comunicando a suspensão temporária da viagem, que primeiramente havia sido marcada para segunda-feira, depois transferida para ontem.

A nota explica que o cancelamento da viagem se deve à falta de confirmação, pelas autoridades americanas, das audiências solicitadas junto ao Departamento de Justiça em Washington e à Promotoria Distrital de Nova York. Delcídio disse que os pedidos de audiência foram formalizados no fim de agosto diretamente pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, em consonância com os termos de acordo bilateral firmado entre Brasil e Estados Unidos.

A CPI dos Correios e o Ministério da Justiça pediram apoio do Itamaraty para que as agendas sejam confirmadas. Assessores da CPI afirmam que o senador Delcídio Amaral não pretende desistir facilmente de obter os documentos que podem incriminar de vez o ex-guru do PT e do presidente Lula, Duda Mendonça. Ele estaria disposto a tentar buscar outros caminhos legais para ter acesso às informações consideradas necessárias para se compreender mais claramente a função desempenhada pela conta Dusseldorf no financiamento de campanhas políticas no país. Não está descartada uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal).

Além de Delcídio, estavam escalados para viajar aos Estados Unidos nesta quarta-feira (2), pela CPI dos Correios, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).