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Mulher: mercado de trabalho é marcado por desigualdades

Fabiana Uchinaka /ABr - 03 de setembro de 2004 - 08:53

A participação feminina no mundo do trabalho é marcada por salários muito inferiores aos dos homens em iguais funções e por maiores dificuldades em fazer carreira. Elas são as primeiras a serem demitidas em momentos de crise e têm maiores dificuldades de recolocação.

É o que indica a publicação O Compromisso das Empresas com a Valorização da Mulher, lançada nesta quarta-feira (1) pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

As mulheres representam quase metade da População Economicamente Ativa (PEA) do país. Desse total, 38% delas está empregada, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para abril de 2004. No entanto, apesar dessa participação no mercado de trabalho, as mulheres trabalham em condições mais precárias que os homens.

Para Luci Ayala, redatora do manual, é no mundo do trabalho que as desvantagens em relação às mulheres são mais evidentes. Segundo ela, “os indicadores para isso são muitos: em geral as mulheres ganham menos que os homens em cargos iguais, elas têm carreiras mais lentas, o ritmo de promoção também não é o mesmo dentro da empresa e as mulheres têm menor acesso aos cargos de direção”.

Mulheres brancas ganham, em média, 20,5% menos do que os homens brancos, enquanto as negras recebem 19,4% menos do que os homens negros e 61,2% menos do que os homens brancos. Os dados constam da Pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego divulgada pelo IBGE em junho de 2004 e evidenciam a situação da mulher dentro das organizações.

Luci acredita que a pequena participação das mulheres em cargos de direção também é uma maneira de constatar a desigualdade de gêneros. Segundo ela, a pesquisa Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas, feita pelo Instituto Ethos em 2003, mostra que 58% das empresas entrevistadas não têm nenhuma mulher na direção. “Do total dos cargos executivos dessas empresas, apenas 9% são ocupados por mulheres, embora elas representem 35% do conjunto dos funcionários. Apenas 0,1% desses cargos são ocupados por mulheres negras e apenas 3% das empresas entrevistadas têm políticas de igualdade de gêneros”, conta.

As mulheres também são maioria entre a faixa salarial mais baixa. “Quanto maior o salário, menor a participação feminina”, explica Luci. Segundo ela, as mulheres representam ¼ dos maiores salários acima de 30 mínimos e “isso não pode ser atribuído à escolarização ou ao tempo de estudo das mulheres. Em educação, do ponto de vista formal, as mulheres têm igual acesso ao ensino que os homens no Brasil e até têm um desempenho escolar melhor e mais anos de estudo em média que os homens, principalmente no ensino universitário”.


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