No discurso com o qual abriu oficialmente a 15ª Conferência Internacional de Aids, o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Koffi Annan, ressaltou a gravidade do avanço da epidemia de Aids entre as mulheres. Ele lembrou que, freqüentemente, as diferenças sociais são responsáveis por tornar as mulheres mais vulneráveis à infecção.

Annan também responsabilizou os governos, ao lembrar que, ainda hoje, “um terço dos paises não tem políticas que garantam o acesso ao tratamento e à prevenção para as mulheres”. Segundo o líder, os próprios países membros da ONU deixaram de cumprir vários pontos da “Declaração de Compromisso firmada há três anos.

O secretário geral elogiou governo da Tailândia, pelos resultados do programa de prevenção ao HIV no pais, principalmente entre as profissionais do sexo, grupo em que o uso de preservativo chega a 95%.

Mesmo depois de elogiado, o primeiro ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra recebeu manifestações negativas da platéia. Além de ter sido vaiado, quando falou da implantação de uma política de redução de danos entre usuários de drogas injetáveis, um grupo de usuários de drogas injetáveis levantou faixas nas quais cobravam “respeito aos direitos humanos” pelo do governo.

O programa tailandês prevê a substituição de drogas pesadas por outras mais leves, a troca de seringas e a redução no consumo, não necessariamente com a abstinência.

Shinawatra foi aplaudido ao defender o acesso ao tratamento de 40 mil tailandeses com Aids, mas foi contestado por organizações não-governamentais, que exibiram faixas com frases como “chega de mentiras, queremos medicamentos”.

Cerca de 10 mil pessoas participaram da cerimônia de abertura, que contou com a apresentação de um a coral de crianças e com discurso da Miss Universo, a dominicana Amelia Vega – personagem que ainda faz muito sucesso na Tailândia.
A 15ª Conferência Internacional de Aids só começou hoje e termina na sexta-feira. Os organizadores esperam a participação de 17 mil participantes de 162 países.