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MS:BID vai implantar piloto do Programa Dekassegui

Contexto Assessoria - 15 de dezembro de 2004 - 14:49

Mato Grosso do Sul será um dos quatro estados do País em que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com a Associação Brasileira Dekassegui (ABD) e o Sebrae Nacional vai implantar um programa de orientação empresarial voltado para os dekasseguis (descendentes de japoneses nascidos no Brasil que vão trabalhar no país do sol nascente e depois retornam para investir o capital economizado).

A garantia foi dada pelo assessor-adjunto da Assessoria de Assuntos Internacionais do Sebrae Nacional, Getúlio Vaz, que junto com uma missão técnica que contava ainda com representantes do BID e da ABD, esteve em Campo Grande entre os dias 7 e 9 de dezembro. Integraram a missão, o especialista do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin) do BID, Cláudio Cortellese, o representante do Fumin/BID no Brasil, Gerardo Martinez Freyssinier, o consultor da ABD, Kiyoharu Miike e o consultor contratado do BID, Carlos Aquino.

Em Campo Grande os membros da missão conheceram o Programa Dekassegui do Sebrae/MS, que já oferece essa assessoria aos dekasseguis de Mato Grosso do Sul e que poderá servir de referência para o novo programa e também outros projetos da entidade voltados para a orientação empresarial, como o Nascer Bem e o Geonegócios.

Esses programas, junto com outros da área de fomento ao empreendedorismo do Sebrae Nacional como o Iniciando um Pequeno Grande Negócio (IPGN) e o Apreender a Empreender, poderão, segundo Getúlio, ser incorporados ao leque de opções do novo programa.

Durante o período em que estiveram na cidade, os integrantes da missão também conversaram com dekasseguis, lideranças de entidades nipo-brasileiras e de instituições financeiras e ainda fizeram visitas as instalações atuais da Feira Central, próxima a Avenida Mato Grosso, onde existe grande número de descentes de japoneses, alguns, já com a experiência de ter trabalhado no Japão e ter retornado ao Brasil. A missão verificou também as futuras instalações da Feira, na Rua 14 de Julho, ao lado da antiga estação ferroviária, e conheceu ainda incubadoras de empresas da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (Uniderp) e da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

O objetivo das reuniões e das visitas foi fazer um diagnóstico preciso da situação que leva o dekassegui a sair do País, da realidade que ele encontra no Japão e também dos problemas que vai enfrentar em seu retorno ao Brasil.

Nessa série de reuniões o especialista do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin) do BID, Cláudio Cortellese e o representante do Fumin/BID no Brasil, Gerardo Martinez Freyssinier, explicaram que o foco do programa é a orientação empresarial, que não está sendo estudada a criação de linhas de crédito ou financiamento para os dekasseguis, e que a instituição com a iniciativa tem uma preocupação redobrada em não fomentar a emigração para o Japão.

“O que chamou a atenção para o problema foi o volume de recursos que os dekasseguis enviam para o Brasil todos os anos, cerca de US$ 5 bilhões, e como esse capital na maioria das vezes é perdido no País, em razão da falta de orientação dessas pessoas. É com o objetivo de aplicar recursos do Fumin, um dos poucos fundos do BID que é de capital não reembolsável e que pode ser aplicado em ações envolvendo a iniciativa privada, em um programa de orientação é que estamos nos propondo a trabalhar”.

Segundo dados do governo japonês existem trabalhando no país, aproximadamente 268 mil brasileiros, que remetem anualmente para o Brasil pelas vias oficiais (Banco Central) e extra-oficiais US$ 5 bilhões. Mato Grosso do Sul responde por 5% dessa população de dekasseguis, o que representa 13,4 mil pessoas e uma remessa anual para o Estado de US$ 100 milhões.

Acompanharam a missão durante sua visita a Campo Grande o diretor superintendente do Sebrae/MS, Vagner Simone Martins, o diretor técnico, Cláudio George Mendonça, o coordenador estadual do Programa Dekassegui da entidade, Maki Lanzarini e o consultor responsável pela implementação da iniciativa no Estado, Múcio Yoshinori.

Logo depois de encerrada a visita, a missão esteve em São Paulo, onde os integrantes reuniram-se com o novo presidente do Sebrae Nacional, Paulo Okamotto, e nesta semana visitam o Pará, onde farão um diagnóstico semelhante ao executado em Mato Grosso do Sul.

A meta, conforme adiantou o assessor-adjunto da Assessoria de Assuntos Internacionais do Sebrae Nacional é formatar o projeto do Programa Dekassegui até 15 de janeiro de 2005, para então submetê-lo a todos os parceiros da iniciativa, e promover o lançamento oficial durante a reunião anual das Assembléias de Governadores do BID, que será realizada entre os dias 10 e 12 de abril em Okinawa, no Japão.

Além do Estado o piloto será implementado no Pará, Paraná e em São Paulo.

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