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MS não registra casos suspeitos de doença de Chagas

Jacqueline Lopes / Campo Grande News - 28 de março de 2005 - 17:00

O estado de Mato Grosso do Sul ainda não confirmou registro da doença de Chagas. A informação foi dada pela infectologista do Hospital Dia Márcia Dalfabro que nesta manhã coletou sangue de uma paciente para verificar suas condições de saúde, mas de antemão descartou a possibilidade do contágio pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmissor da doença.
Até o momento 15 pessoas já foram ao Hospital Dia – centro de referência – para a triagem. A rede particular não faz os exames. Segundo Márcia Dalfabro, em nenhum caso foi constatado sintoma da doença. Além disso alguns critérios estão sendo adotados antes de pedir o exame, como ter tomado caldo de cana no período de 1º de fevereiro até 20 de março nos municípios de Navegantes, Itajaí, Penha, Piçarras, Barra Velha, Araquari, Joinville, Balneário Barra do Sul, Garuva, Itapema, Camboriú, Balneário Camboriú, São Francisco do Sul e Itapoá, todos em Santa Catarina.
O Lacen (Laboratório Central) confirmou a informação da infectologista. O laboratório é o responsável pelos exames e até agora não recebeu nenhuma amostra de sangue para o procedimento específico para a identificação do protozoário. Em Santa Catarina foram quatro mortes e outras 30 foram internadas contaminadas pela doença de Chagas. A causa mais provável é que ingeriram caldo de cana com protozoário - encontrado no barbeiro.

A doença - A doença de Chagas deve ser tratada em sua fase aguda, com apresentações de sintomas como mal estar e febre e a formação de anticorpos no sangue, segundo a infectologista do Hospital Dia, Gisele Brandão. Cada organismo reage de uma forma, ou seja, embora seja contaminado pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que se hospeda no intestino do barbeiro, transmissor da doença, muitas vezes os sintomas não aparecem. “Após a contaminação, os anticorpos já podem ser identificados no exame de sangue depois de 60 dias”, explica.
Já na fase crônica, quando o protozoário já comprometeu órgãos como o coração, esôfago e intestino, o tratamento visa apenas barrar as conseqüências. “Dependendo da situação é preciso internação, mas quase sempre o tratamento é baseado nos medicamentos e no repouso”, detalha.
O Trypanosoma cruzi compromente o sistema neurotransmissor dos órgãos afetados. No caso do coração, abala a musculatura responsável pelas contrações, ou seja, pelo bombeamento do sangue, causando paradas cardíacas.
O inseto que hospeda o protozoário, o barbeiro tem este nome porque sua picada é quase sempre na face. O nome da doença é uma homenagem ao cientista e médico brasileiro Carlos Chagas, descobridor do agente causador e da sua forma de transmissão. Endemia rural, infesta grande parte da América Central e do Sul.

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