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MP/MS mantém-se irredutível quanto à proibição de shows
Os promotores de shows e representantes da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) reuniram-se na tarde de hoje com o promotor Alexandre Raslan para tentar um consenso sobre a proibição da Justiça para a realização de shows no Parque de Exposições Laucídio Coelho.
No entanto, a reunião não apresentou avanços, com o Ministério Público mantendo-se irredutível sobre a proibição. Não existe chance de consenso entre o promotor, a Acrissul e os promotores de eventos. Vamos tentar os meios judiciais para reverter essa decisão, disse Francisco Maia, presidente da Acrissul.
Maia comentou que a reforma acústica que seria necessária é inviável por conta do custo. Uma alternativa seria adquirir outra área, em local afastado, para a realização dos shows. Não posso vender o parque para comprar outro, frisou o presidente.
Antes de reunir-se com os administradores do parque de exposições, o promotor Alexandre Raslan recebeu os realizadores de shows musicais e eventos, que estão preocupados por conta de compromissos firmados e pagos com artistas de renome nacional.
Os promotores conhecidos como Pitiço e Cegonha receberam cópia de uma nota técnica datada de outubro de 2008, onde o Ministério Público afirma ter convidado a Acrissul para discutir uma alternativa sobre a poluição sonora.
O que o promotor nos disse é que a Acrissul não foi pega de surpresa. Eles já haviam avisado e agora não há como voltar atrás, lamenta Cegonha.
Pitiço, responsável pelo Circuito de Laço Comprido (com programação agendada para o início de fevereiro), e por trazer as duplas Maria Cecília e Rodolfo, e Fernando e Sorocaba em abril, está preocupado.
Já paguei parte dos shows. Nem que eu tenha que colocar o som em caixinhas para respeitar o limite, mas o evento tem que acontecer, diz Pitiço.
O limite para área residencial é de 45 dB (decibéis). Um som automotivo chega a 80 dB. Não tem como competir, afirmou o promotor de eventos.
Os vereadores Vanderlei Cabeludo (PMDB) e Thaís Helena (PT) participaram da reunião e apontaram saídas. Cabeludo vai tentar intervir junto ao governador André Puccinelli. Já a petista adiantou que o prefeito Nelson Trad Filho vai estudar a compra de uma área para construção de uma praça para shows.
Todo o calendário cultural fica comprometido. O Carnaval, a Expogrande e a Festa Junina devem fazer parte da programação fixa do município, declarou Thaís Helena, que vai levar à discussão para a Câmara de Vereadores.
A estimativa é que, caso o parque venha a ser construído, o prédio ficaria pronto dentro de três a cinco anos. Enquanto isso, é necessário buscar um local transitório.