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Mortalidade materna cai lentamente e compromete meta

Mylena Fiori /ABr - 13 de outubro de 2007 - 11:34

Brasília - A mortalidade materna está caindo de forma tão lenta que compromete o cumprimento de um dos oito objetivos de desenvolvimento do milênio. Estudo divulgado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) mostra que o número de mortes maternas na gestação, parto e no pós-parto declinou apenas 1% por ano, em média, entre 1990 e 2005. Na América Latina e no Caribe a redução foi de 2%. O levantamento foi realizado em 171 países e territórios.

Melhorar a saúde materna é o quinto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio. A meta é reduzir a taxa de mortalidade em 75% entre 1990 e 2015 – para isso, seria necessário um decréscimo anual de 5,5%. As taxas de mortalidade materna estão entre os indicadores do nível de desenvolvimento de cada país.

Segundo o recente estudo, 536 mil mulheres morreram de causas maternas em 2005 no mundo todo, contra 576 mil em 1990. A quase totalidade de mortes (99%) ocorreu nos países em desenvolvimento. Mais da metade foi registrada nos países menos desenvolvidos da África subsahariana: 270 mil. No sul da Ásia, ocorreram 188 mil mortes – cifras muito superiores às 15 mil mortes registradas na América Latina e no Caribe.

Nos países sem desenvolvimento, morreram 450 mães a cada 100 mil bebês nascidos vivos. Já nos países desenvolvidos, o número de mortes foi de nove para cada 100 mil nascidos vivos. No Brasil, a mortalidade foi de 110 mulheres para cada 100 mil bebês, num total de 4,1 mil mortes - índice já reconhecido como insuficiente pelo governo.


A Índia registrou o maior número de mortes maternas em 2005, com 117 mil, seguida de Nigéria (59 mil), República Democrática do Congo (32 mil), Afeganistão (26 mil), Etiópia (22 mil), Bangladesh (21 mil), Indonésia (19 mil), Paquistão (15 mil), Níger (14 mil), Tanzânia (13 mil) e Angola (11 mil). Esses onze países concentraram dois terços das mortes maternas em 2005.

Na África, uma em cada 26 mulheres tem probabilidade de morrer em decorrência de complicações durante a gestação, o parto ou o pós-parto. Nas regiões mais desenvolvidas do planeta, essa probabilidade cai para uma em cada 7.300. No mundo todo, são as nigerianas que correm maior. risco: uma a cada sete. No lado oposto está a irlanda, com uma proporção de uma para cada 48 mil.

Na América Latina e no Caribe, uma em cada 290 mães com 15 anos de idade correm risco de morrer por complicação na gravidez, no parto ou no período logo após o parto. O Haiti é o país com a taxa mais alta de risco na vida, uma a cada 44, seguido de Guatemala (uma a cada 71), Bolívia (uma a cada 89), Guiana (uma a cada 90) e Honduras (uma a cada 93). Entre os países com menor risco estão Barbados (uma a cada 4.400), Porto Rico (uma a cada 2.900) e Bahamas (uma a cada 2.700). No Brasil, o risco é de uma em cada 370.

A partir destas cifras, o Fundo de População das Nações Unidas conclui que o alcance do quinto Objetivo do Milênio depende um investimento anual adicional de US$ 5,5 bilhões a US$ 6,1 bilhões, até 2015, em cuidados médicos para as mulheres e na garantia do acesso universal aos serviços de saúde reprodutiva.



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