Sete dias depois das enchentes que atingiram a cidade de São Paulo, a água que alagou diversas casas ainda não baixou completamente nas ruas do Jardim Pantanal, na zona leste da cidade, deixando alguns moradores ilhados. O local é uma área de várzea e as construções foram erguidas em terreno ocupado irregularmente.

Por causa das inundações nas estações elevatórias da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), ainda não foi solucionado um problema detectado na captação de esgotos o que colabora ainda mais para os transtornos. Segundo a empresa, a regularização depende do escoamento das águas.

De acordo com a Defesa Civil do município, até o último sábado, tinham sido cadastradas 9.907 pessoas para a distribuição de colchões, cobertores e travesseiros.

No fim da manhã de hoje (14), o prefeito Gilberto Kassab, visitou a região e anunciou a intenção de retirar os moradores para a construção, em conjunto com o governo do estado, do Parque Várzeas do Tietê, uma área de lazer com 75 quilômetros.

Ronaldo Delfino de Sousa, 46 anos, morador que participou do processo de ocupação dos terrenos há pelo menos 20 anos, não vê com bons olhos a intenção de remover as famílias. Ele afirmou que, em situações de despejos ocorridas em outras áreas, o dinheiro da indenização sempre foi insuficiente para a aquisição de outro imóvel. “A gente só sai se derem outra casa nessa mesma região”, disse Ronaldo que também atua no Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal (MULP) e justificando que no local as famílias conseguiram benefícios como creches e escolas.

A Secretaria Municipal da Habitação informou que os moradores da área afetada serão cadastrados para a desapropriação, mas que ainda não há uma data sobre quando as remoções deverão começar.