A velocidade com que as ações humanas lançam gás carbônico na atmosfera é cada vez maior. A concentração de CO2 subiu 35% entre 2000 e 2006. Ao mesmo tempo, dão sinais de enfraquecimento os processos naturais que podem reduzir esse impacto, como a capacidade de absorção das florestas e, principalmente, dos oceanos. Esses dados reforçam as conclusões dos relatórios divulgados neste ano pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, o IPCC. Neles, os cientistas vencedores do Prêmio Nobel da Paz mostraram que as emissões de gases do efeito estufa aumentaram em 70% entre a década de 70 e 2004. Sem medidas de combate, essas emissões podem crescer entre 25% e 90% nas próximas décadas. Atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento contribuíram com o lançamento de 4,1 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera, levando a uma taxa de crescimento anual de 19,3 partes por milhão. Segundo o estudo, feito por cientistas de diversas entidades, como as universidades de Stanford e Cambridge, essa é a maior taxa desde que a medição começou, em 1959. A taxa de crescimento de CO2 na atmosfera está significativamente maior do que aquela verificada nas décadas de 80 e 90, que era de apenas 1,5 por ano. Hoje, a concentração de CO2 é de 381, provavelmente a maior dos últimos 20 milhões de anos.

De Brasília, Leilane Alves