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Geral

Manoel Afonso: Qual é mesmo o discurso do seu partido?

Manoel Afonso - 24 de setembro de 2007 - 14:21


Aposto que é o discurso do desenvolvimento mesclado com a melhor distribuição de renda. Aliás, os partidos políticos brasileiros parecem japoneses, com variação apenas na altura e peso.
E é fácil essa nova realidade partidária! Antes do fim da bipolarização entre o comunismo e o capitalismo, algumas agremiações tinham algum tipo de conteúdo ideológico. Os chamados esquerdistas defendiam o proletariado e um papel impoluto, centralizador do Estado como um todo. Claro que existiam as variações ideológicas: alguns mais voltados à União Soviética e outros à China (vermelha de Mao).
Aqui o PT era o principal porta bandeira desta mensagem, o que, aliás, levou Lula ao Planalto por duas vezes. Na outra ponta os partidos conservadores , com o discurso do desenvolvimento e respeito à iniciativa privada. Outra variação no quadro: os socialistas comandados por FHC que pregava a modernização da economia face ao fenômeno da globalização.
Mas a realidade econômica mundial calou muita gente e mudou a ótica do poder: o império da União Soviética desmoronou, o Muro de Berlim foi derrubado e a China aderiu à economia de mercado. Por conseqüência no Brasil as mudanças ocorreram no cenário político e a esquerda esqueceu seu discurso utópico e aderiu ao pragmatismo que se exige para o momento atual.
Se você ouvir Lula, Serra, Aécio, Pedro Simon, Arthur Virgílio, Delfin Neto e Guido Mantega, não notará grandes diferenças nas linhas mestras da visão que têm na condução da economia do país. Conclusão: se todos os discursos são mais ou menos homogênos, o diferencial poderá ser creditado para a figura do candidatura (se tem ou não apelo popular) ou para a estrutura partidária. Mas é bom lembrar: no Brasil vota-se no candidato. Partido é mero detalhe.
Para arrematar: se a economia vai bem, seria considerado louco ou burro o candidato que pregasse mudanças radicais. Daí que todos os políticos e discursos viraram japoneses. E você aí: acha o discurso de seu candidato muito diferente dos demais?


Manoel Afonso
(comentarista da TV.Record-MS)



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