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Geral

Manoel Afonso: "política só tem a porta de entrada"

Manoel Afonso - 17 de dezembro de 2007 - 07:00

“Ah! Se arrependimento matasse...”

O aviso vai para aqueles que estão pensamente em concorrer a cargo eletivo em 2.008. Infelizmente na política ainda não foi construída a porta de saída. Quem entra nela fica eternamente prisioneiro ou refém como queira.
Na minha caminhada profissional ouvi as mais diferentes motivações que levaram esse ou aquele a ingressar no fantasioso e sedutor universo político. Vai da vaidade pessoal, vingança, ociosidade e até a ingenuidade – quando se é usado por outros mais inteligentes. Também ouvi os lamentos, e que não foram poucos, daqueles que tiveram a família desagregada. Muitos perderam o pouco ou o muito que tinham; alguns perderam tempo e só uma minoria se encaixa no rol daqueles que se deram bem, “sem direito a reclamar da sorte”. O amigo leitor, se não é o próprio personagem dos exemplos citados, pelo menos conhece alguns deles ao seu redor. E é bom ficar esperto! Em política não cola o papo de que “comigo é diferente”.
Impressiona como a “mosca azul” não perdoa ninguém. De repente, como num passe de mágica, o cidadão pacato – quase que anônimo, se transforma em político com direito a sonhar com a Câmara e Prefeitura. O que falta a esse tipo de candidato é honestidade com ele próprio. Olha para o espelho perguntando “existe alguém mais bonito do que eu?” Acha que todos os seus parentes - mesmo aqueles que ele não visita - vizinhos, compadres e velhos conhecidos da família têm obrigação de dar-lhe o voto. Aí confunde alhos com bugalhos! Ele pode ser bonzinho, boa gente, mas não é talhado para a vida pública. O grande Rui Barbosa, por exemplo, intelectual de reconhecida capacidade, advogado brilhante, tentou várias vezes sem êxito chegar à presidência da República.
Há quem diga: a política é igual o jogo de cartas. Quem está ganhando – empolgado - acha que vai ficar sempre na mesa faturando. Quem perde fica doidinho esperando a virada. Gasta o último centavo, toma emprestado se puder, para tentar ganhar.
Claro que a política é um jogo. Claro que existe o fator sorte. Mas é evidente que outros fatores contam para o sucesso. Alguns entram na política por acaso, sem grandes pretensões, e conseguem chegar ao topo. Outros se preparam, traçam planos, mas acabam sucumbindo no meio da jornada.
E o aviso final: sem dinheiro, carisma, algum tipo de esquema ou estrutura, não se vai a lugar algum na política. Mesmo nas pequenas cidades a política romântica deu lugar ao profissionalismo. Para alguns bom negócio...para muitos um desastre. Pense nisso! Quem avisa...

Manoel Afonso

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