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Geral

Manoel Afonso: O piloto do airbus e os políticos

Manoel Afonso* - 19 de janeiro de 2009 - 10:36

Impecável! O mundo se curvou ao comandante. Ele salvou a vida de 155 pessoas fazendo das geladas águas do Rio Hudson, pista para aterrissagem com os tanques cheios de 100 mil litros de combustível.
Em segundos decidiu pelas providencias necessárias que a situação exigia. Experiente e qualificado, avocou a responsabilidade sem levar pânico aos que estavam à bordo, pelos quais era o responsável. Foi o último a deixar o aparelho, aliás como nos filmes.
Lendo a notícia e vendo as imagens do feito com final feliz, decidi comparar a ação do piloto com a postura dos nossos homens públicos. Desenvolver o texto é tão saboroso quanto o sorvete regado ao licor de cassis no almoço de domingo.
Ora! Para ser admitido como piloto principal de uma aeronave daquele porte, passou por rigorosos exames médicos e psicológicos, além do currículo nota 10. No caso, também figura sua atuação como piloto de caça, com folha de serviços prestados à nação americana em missões oficiais.
Enquanto isso, os políticos se postam como “comandantes”, quase sempre sem ter comprovado pelo menos condições técnicas e morais que a missão ou o cargo exige. Os dados dos currículos deles seriam tão confiáveis como do nosso piloto do Airbus? O desempenho deles – políticos - seria o retrato fiel das informações que constam em seus currículos? Estariam preparados ou dispostos para o próprio sacrifício pessoal visando preservar a integridade ou o bem estar daqueles que “representam”?
Infelizmente ou desgraçadamente, para ser mais realista, o quadro dos nossos dirigentes públicos é lamentável. A corrupção virou coisa comum e a impunidade idem. Marcos Valério acaba de ganhar a liberdade e Zé Dirceu continua sonhando com seu retorno à política partidária. Isso sem contar que vários mensaleiros acabaram de se eleger prefeitos e outros que já voltaram ao Congresso Nacional.
Aproveitando o episódio do Airbus é de perguntar: quando será que nossos “comandantes políticos” terão a competência, o zelo ou consciência do dever a ser cumprido, próprio dos heróis como aquele piloto?
Contrariando o que se apregoa: os heróis, fazem bem sim ao país, elevam a auto-estima de seu povo e servem de exemplo aos mais novos.
E no arremate pergunto: quem são mesmo nossos heróis nacionais? Bem...isso é assunto para o próximo artigo. De leve...


MANOEL AFONSO*
Comentarista da TV.Record-MS
[email protected]

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