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Mandioca orgânica alcança preços melhores

Gislaine Balbinot – Jornalista e Agente de Informação do COMSOL - 31 de maio de 2006 - 15:56

Agricultores familiares de Glória de Dourados, que cultivam mandioca orgânica, estão conseguindo negociar melhores preços pelo produto, ao contrário do que está sendo pago pela mandioca no sistema convencional, em média, 76 reais a tonelada. Já pela mandioca orgânica, os produtores estão negociando entre 140 e 200 reais a tonelada, o que representa um acréscimo de mais de 100%.

Há cerca de três anos quatro produtores, sendo dois deles assistidos pelo Projeto Comunidades Rurais Solidárias (COMSOL), iniciaram um programa de plantio com a indústria de fécula Cassava S.A., que, além de receber a certificação pelo Instituto Biodinâmico (IBD) para processar a mandioca orgânica, também custeou a certificação das propriedades, preparou e acompanhou a produção. Com uma área total de 15 hectares, os produtores cultivaram, cerca de 400 toneladas de mandioca orgânica (aproximadamente 25 toneladas por hectare).

Um dos produtores, Antonio Xavier da Silva, que há 5 anos converteu sua pequena propriedade para o sistema orgânico, está radiante com a produtividade de 30 toneladas por hectare da mandioca de 1 ano e 8 meses que esta colhendo. Além disso, está alcançando 23 de renda, que é uma ótima avaliação de qualidade feita pela indústria. Seu Xavier deve negociar a tonelada por 170 reais e espera entregar ainda esta semana entre 250 e 300 toneladas do produto.

O produtor, Pedro Luiz de Souza, já colheu 80 toneladas de mandioca orgânica em novembro e já está com o produto processado e liberado para exportar para os Estados Unidos. Seu Pedro, membro da Associação dos Produtores de Produtos Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS), converteu sua propriedade para orgânica há oito anos e diz que só agora está colhendo os frutos pelo esforço de produzir alimentos sem agrotóxicos em respeito ao meio ambiente e ao consumidor.

A unidade da Cassava, em Glória de Dourados, tem capacidade para processar 200 toneladas por dia, e irá processar durante esta semana apenas a mandioca orgânica para produção de fécula. Para isso, a certificadora exige a limpeza de todo o local para que não haja mistura entre o produto convencional e orgânico. A fécula é utilizada na indústria alimentícia (polvilho), farmacêutica e em uma infinidade de outros produtos.

Segundo o Agente de Desenvolvimento Rural (ADR) do COMSOL em Glória de Dourados, Olácio Komori, o objetivo dos produtores é organizar um grupo para negociar melhores preços, já que está havendo interesse de outra indústria processadora pela mandioca orgânica. “Outro grupo que também deve se organizar em breve é o de produtores de amendoim orgânico, que estão articulando novos mercados por meio do comércio justo”, explica Komori.

O COMSOL atua na gestão de pequenas propriedades e atende cerca de 180 produtores de seis municípios do Estado: Terenos, Nioaque, Fátima do Sul, Maracaju, Glória de Dourados e Bataguassu, que recebem um acompanhamento sistêmico dos ADRs, utilizando práticas de educação para o trabalho com o objetivo principal de aumentarem a renda em 30% em um prazo de três anos. O projeto é coordenado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/MS) e executado pela Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (FUNAR), e conta com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Mato Grosso do Sul (SENAR-AR/MS) e outros parceiros importantes em cada município.

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