A mãe de um bebê que nasceu com microcefalia em Olímpia admitiu pela primeira vez nesta segunda-feira, dia 7, ter tido sintoma característico do zika vírus no início da gestação. O vírus, que é transmitido pelo Aedes aegypti, está associado a uma epidemia de microcefalia no Nordeste. Vinda de Pernambuco - estado com mais casos de microcefalia no País - a gestante disse aos médicos que nos primeiros meses da gestação sentiu coceira pelo corpo, um dos sintomas do zika.

“Até ontem (domingo) ela falava que não. Disse hoje (segunda-feira) que teve coceira no corpo. Como a paciente é de cor negra não percebeu se tinha vermelhidão na pele. Isso pode ser um sinal”, afirmou o diretor clínico da Santa Casa, Nilton Roberto Martines. O bebê, um menino, nasceu na última sexta-feira, dia 4, na Santa Casa de Olímpia, com a cabeça medindo 28 centímetros de circunferência. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são considerados como microcéfalos os bebês que tenham perímetro cefálico igual ou inferior a 32 centímetros.

Nesta segunda-feira foram colhidos exames de sangue e urina do recém-nascido para verificar se existe a presença do vírus. O resultado, elaborado pelo Instituto Adolfo Lutz, deverá ficar pronto em dez dias. Na manhã desta terça-feira, dia 8, o bebê será examinado por um neurologista na Santa Casa. Ele deverá passar ainda por uma tomografia e exame de fundo de olho. “Estamos fazendo vários exames. Alguns de rotina e outros para saber se a microcefalia tem ou não relação com o zika. Não é só esse vírus que causa a microcefalia, por isso precisamos ter cuidado antes de afirmar qualquer relação”, disse Martines.

Matéria de autoria do jornalista Elton Rodrigues, do Diário da Região