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Lembranças de um cassilandense, por Ednaldo S. da Silva

Edinaldo Socorro da Silva* - 18 de dezembro de 2007 - 13:02

Tenho orgulho de ser Cassilandense. Nascí e iniciei minha carreira profissional em Cassilândia – MS. Estudei no Educandário São José, cuja diretora era a Dª Rosarinha, tendo como as primeiras professoras, ícones da educação cassilandense, como: Madalena Lacerda, Alaíde Albino e Nilta de Castro. Passamos pela escola Marechal Rondon, participamos da inauguração do Rui Barbosa, concluíndo a etapa na Escola Estadual de 2º Grau de Cassilândia, tendo formado em Direito e especializado em Gestão Empresarial.

Aos 11 anos de idade comecei a trabalhar na “Casa Baiana”, com o “seu” Expedito Baiano e a Dª Railva, na praça São José, aprendendo os primeiros passos de vendedor, sonhando um dia ser um “balconista” da Casas Pernanbucanas, Riachuelo ou Casas Burí. Alí também conheci o “seu” Eduardo da farmácia, a Dª Ana, sua esposa, que nos tratava sempre com muito carinho, nos ensinava com seus conselhos, nos curava com sua benzição quando algum mal nos acometia. Me ensinou a prece “com Deus me deito, com Deus me levanto, na graça de Deus e do Divino Espírito Santo”, que hoje meu filho Matheus, de apenas 04 anos faz antes de dormir. Nessa época convivemos com a Dª Netilde (Bazar da Netilde), Sr. Ronan Rezende – “seu” Bigico (Casa Esperança), Sr. Francisco Farinha (Casa Portuguesa), Sr. Otoni Azambuja (Credilar), Sr. Mammuad Alawi e a Dª Maria (Casa Síria), Sr. José Tomáz (Bazar Sertanejo) e a Dª Delza (Palace Hotel). Naquela época conquistamos muitos clientes em virtude da nossa estatura. Mal alcançava o balcão.
Posteriormente trabalhalhei na loja “Cassilândia Calçado”, com o Chiquito e a Lázara, onde construímos um novo ciclo relacionamento, dele fez parte o Pedro (fiscal de renda), Sr. Raul Rezende (Casa Imperial), Sr. Duplanil Malta (Casa 4 Irmãos), Sr. Juscelino Dias e a Dª Ilda (da Farmácia), e tantos outros que contribuíram com a nossa formação cidadã, sem no entanto, derem conta da importância que exerceram em nossa vida. Ensinamentos estes, que utilizamos constantemente nos dias de hoje, e procuro repassá-los aos meus filhos.

Em 1982, passei a fazer parte da equipe do “seu” Ataidinho, na sua loja de pneus e peças, localizada na Vila Pernambuco, saída para Itajá. Foi alí que tivemos as primeiras aulas de gestão de pessoas e licitações públicas, utilizadas para fornecimento às prefeituras da região. Sempre muito arrojado nos negócios, o Sr. Ataíde proporcionou um grande aprendizado, senão o principal, ensejando apartir daí, a oportunidade de nos realizar profissionalmente como executivo de grades empresas nacionais e multinacionais.

Não nos esquecemos, quando o assunto é molecagem, dos banhos no rio Aporé, das brincadeiras nas suas margens, pulando dos galhos das arvores, rodando de bóia para o salto, transpondo os perigos da cachoeira e do rebojo da “prainha”. Quantas vezes caminhamos até o galheiro com as bóias na cabeça, apenas por prazer de banhar nas águas cristalinas do rio aporé até à ponte.

Das caçadas de passarinhos nas margens das estradas de chão batido, onde não faltavam travessuras, principalmente na época do “articum” e da “guabiroba”.

Das serenatas, quando tínhamos que enganar o guarda da praça, para roubar as rosas para deixá-las nas janelas das garotas que faziam sucesso na cidade à época.

Dos sábados de aleluia, a farofa de galinha caipira não faltava, se fosse de galinha roubada então, não tinha nada melhor, pois além de comer uma deliciosa farofa tinha sempre uma história para contar depois.

Quando falamos das festas, logo lembramos das quermesse na praça São José e na Vila Pernambuco, eram quatro dias de festa bastante animada, tendo como leiloeiros o Sr. Josafá Dantas, Luiz Borracha, que conseguiam fazer de uma única doze de conhaque “colombo” (cada gole era um tombo), uma tremenda disputa para ver quem subia no palco para bebê-lo. Uma diversão contagiante que reunia todas as famílias cassilandense, quer na doação das prendas, na execução dos trabalhos em prol das Igrejas, no atendimento ao público, ou somente para assistir, o que importava mesmo era que todos contribuíam à sua maneira, as vezes apenas com suas presenças, porém, com igual importância.

Das festas evangélicas, principalmente da Igreja Assembléia de Deus que, anualmente promovia uma grande festa, tendo como ponto alto o batismo de vários fiéis nas águas do rio aporé, nas imediações da ponte velha, que era toda preparada para a encenação do batismo, segundo a bíblia.

A festa do peão então, aguardada anualmente com muito entusiamos, era sinônimo de sucesso absoluto. Passava-se o ano todo lembrando das apresentações artísticas, dos peões, dos jargões do Zé do Prado, enfim, de todas as atrações, preparando-se para a do ano seguinte, economizando para comprar uma roupa nova, gastar nas diversões que vinham, enfim, um verdadeiro acontecimento para a região.

Tenho o maior orgulho de relembrar e comentar sobre a minha vida pessoal e profissional, bem como, citar aqueles que fizeram e farão para sempre parte dela, especilamente meu pai “seu” Joaquizinho e a minha mãe Dª Dolorita, que me proporcionaram, na sua simplicidade, carater, personalidade e, principalmente o senso de responsabilidade. Os meus irmãos Everaldo, Balmis e Deusdetina, que nas dificuldades que enfrentamos naquela época, por ser eu o caçula da família, me amparava e me proprocionava sabedoria e firmeza.

São tantas as pessoas e as passagens que nos ensejaram momentos inesquecíveis de aprendizado e de vida, que antecipadamente pedimos desculpas àqueles que por ventura deixaram de serem citados, porém, igulamente fizeram e farão parte da nossa história para sempre.

Ao encerrarmos esse breve depoimento, não poderíamos deixar de Desejar a todos um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de saúde, paz e muitas realizações! Que Deus a todos ilumine e guie!!!

Um forte abraço do sempre cassilandense,

Edinaldo Socorro da Silva
[email protected]

Nota da Redação: reside atualmente em Cuiabá e onde é alto executivo*

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