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Lei antifumo começa a valer hoje em Campo Grande

Campo Grande News/ Denis Matos - 30 de março de 2010 - 12:42

A lei antifumo, sancionada pelo prefeito Nelsinho Trad (PMDB) em dezembro do ano passado, entra em vigor a partir de hoje na Capital. Os fumantes não poderão fazer uso de cigarros, cigarrilhas, cachimbos e charutos dentro de espaços coletivos, como lanchonetes, boates, restaurantes, supermercados, padarias, praças de alimentação, ambientes de trabalho, estudo, casas de espetáculos, áreas comuns de condomínios, transporte coletivo, viaturas e táxis.

A lei também diz que deverão ser afixados cartazes informando sobre a proibição. Se o fumante insistir em acender o cigarro, deve ser alertado para sair do local. Inclusive, caso seja necessário, é previsto auxílio de força policial.

O vendedor Roberto Alves, 30 anos e fumante desde os 18, disse que o bar onde costuma ir durante o final de semana já o alertava que a partir do dia 30 seria proibido acender seu cigarro no local.

“O pessoal do bar me avisou que seria proibido a partir de hoje. Agora vou tomar minha cerveja em casa”, brincou.

Estatísticas mostram que tabagismo é responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil, quase 23 por hora, de acordo com o Ministério da Saúde, dados que deram origem a leis antifumos em todo o País, começando por São Paulo, a maior cidade brasileira.

O fumo também está associado a 25% das doenças vasculares, incluindo derrame cerebral, e a 25% das mortes causadas por angina e infarto do miocárdio, 90% dos casos de câncer do pulmão e 30% das mortes decorrentes de câncer na laringe, faringe, boca, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero.

Para a aposentada Ângela de Almeida, 59 anos, a rua continua território livre para fumantes. Ela fumava seu cigarro na praça Ary Coelho hoje pela manhã e admite que em ambientes fechados a fumaça incomoda os outros, "mas na rua o espaço é público", comenta.

“A rua é pública, se eu estiver fumando a pessoa que saia de perto”, comentou. Ela também conta que sempre que acende um cigarro as pessoas ao redor reclamam. “Eu evito fumar perto dos outros”, ressaltou.

Não aos fumantes - Quem trabalha em ambientes fechados comemora a aplicação da lei, mesmo em bares.

Marilda Teixeira, proprietária de um bar na rua 15 de Novembro que é tradicional ponto do cafezinho no fim da tarde, disse que o fumo só é permitido na calçada e que os fumantes costumam ser abusados: “As vezes eles entram querendo fumar aqui dentro e não é pessoa desinformada não. Já teve advogado, juiz e outros que entendem da lei. Eu sempre tenho de pedir para eles apagarem o cigarro. Só pode fumar ali na calcada”, explica.

Marilda tem medo de que a proibição espante os clientes, que costumam tomar cerveja acompanhada do cigarro, mas acredita que na rua continue permitido. “Se for proibido na rua, espero que a fiscalização esteja em cima”.

Fumaça – Funcionário de uma banca que vende diversos tipos de cigarros e charutos o balconista Caio Franco disse que apesar de não ser permitido fumar dentro do estabelecimento, alguns clientes compram o cigarro e acendem em seguida, impregnando o ambiente com a fumaça.

Ele também acredita que a lei traz vários benefícios e que quando for a bares e boates não voltará com cheiro de fumaça: “Quando a gente sai, a roupa fica fedendo fumaça, é bom que não tenha mais cigarro nas boates”, comemorou.

Os fumantes também causam embaraços para os taxistas. Marcos Antônio Bastos Gurgel, 45 anos, disse que alguns passageiros pedem para fumar dentro do táxi e que ele permite.

“Mas isso raramente acontece. Quando pego passageiros em barzinhos, no fim da noite, eles querem fumar. Depois eu tenho de passar um desodorizante no carro”, lembrou o taxista, que é ex-fumante.

Já Dejaniro Moraes, 41 anos, utiliza o ar-condicionado para evitar fumantes. “Eu digo que se for fumar, tem de desligar o ar-condicionado. O passageiro desiste de fumar”, brincou.

Uma pesquisa feita pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) mostra que ao menos 2.655 fumantes passivos morrem anualmente em decorrência de doenças atribuídas ao fumo, como acidente vascular cerebral (AVC), enfarte e câncer de pulmão, por exemplo.

A rede pública de saúde gasta mais de R$ 300 milhões por ano em tratamentos de doenças relacionadas ao tabagismo. Um estudo da pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Márcia Pinto, mostra que além dos gastos do sistema de saúde, há também gastos previdenciários.



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