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Juiz ouvirá testemunhas sobre morte de padre

TJ/GO - 03 de fevereiro de 2007 - 07:43

Está confirmada para segunda-feira (5), às 13h30, na 1ª Vara Criminal, audiência na qual o juiz Jesseir Coelho de Alcântara colherá o depoimento de duas testemunhas arroladas pela defesa na ação penal movida contra o sacristão Dairan Pinto de Freitas pela morte do padre Adriano Moreira Curado, ocorrida em 17 de fevereiro de 2002. Também foi mantida, por decisão do juiz, a acareação entre o arcebispo dom Washington Cruz e dom Antônio Ribeiro de Oliveira, prevista para o próximo dia 26, às 13h03.

Considerando a acareação desnecessária sob o argumento de que não existem constradições ou divergências entre os depoimentos dos dois eclesiásticos, Dairan Pinto pleiteou, no fim do ano passado, a revogação do despacho que determinara sua realização. Ao manter a audiência, o juiz observou que o ato visa buscar a verdade real e, mesmo não havendo divergências de declarações, existe, a seu ver, a necessidade de esclarecimentos. "Na denúncia o Ministério Público afirmou que a vítima morreu porque padre Moacir não o queria na administração da casa paroquial. Queremos saber se ele não poderia simplesmente ter recusado o pároco ou se tal ato tem de ser submetido à apreciação do arcebispo. Queremos esclarecer, também, quem exatamente era o arcebispo naquela época", afirmou o juiz.

Caso

Padre Adriano Moreira Curado morreu na manhã de 17 de abril de 2002. De acordo com denúncia do MP, padre Moacir atuava na Casa Paroquial Bom Jesus, onde morava havia sete anos e mantinha relacionamento homossexual com Dairan, que era seminarista. Consta da denúncia que, além do homossexualismo, a conduta de ambos era criticada pelo fato de se utilizarem do dinheiro da Igreja para finalidades particulares. Padre Adriano morreu um dia depois de se mudar para a paróquia, que passaria a ser administrada por ele, no lugar de Padre Moacir, que ocupava a função anteriormente.

Para o MP, foi o medo de que o novo pároco descobrisse suas condutas que motivou o crime praticado por Dairan, a mando de Moacir. Na manhã do crime, Padre Adriano tomou café da manhã no refeitório e depois subiu para as preces matinais. Minutos depois, um dos seminaristas desceu correndo a escadaria do sobrado informando que Adriano estava passando mal, como se alguém o tivesse enforcado.

Levado ao Hospital Samaritano, morreu sob o diagnóstico de parada cardíaca. Investigações posteriores levaram o MP a denunciar Dairan e Moacir de terem envenenado padre Adriano com a substância organoclorato, que foi encontrada em suas vísceras por peritos do Instituto Médico Legal (IML). A tese da promotoria é de que o veneno foi administrado durante o café da manhã.(Patrícia Papini)

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