A liberação de Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos da Copa das Confederações abriu um precedente aos jogadores da seleção que foram à Alemanha para a disputa do torneio. A maioria têm se mexido para também terem direito de gozar férias.
Dos 23 convocados pelo técnico Carlos Alberto Parreira, 19 atuam no futebol europeu. Ou seja, a grande maioria acabou de encerrar a temporada e começa a se preparar para a competição da Fifa justamente no período em que deveria estar de pernas para o ar.
Enquanto os três colegas estelares repousam, os atletas que desde ontem dão duro em Leverkusen lembraram que férias são direito universal, não privilégio.
Quem tocou no assunto evitou atacar os companheiros liberados, mas alguns defenderam seus interesses com uma veemência que bem podia ser confundida com um recado aos três.
Foi o caso de Emerson. "Acredito que cada um sabe como se sente. Eu não estou em perfeitas condições, tive uma lesão no púbis e estou tratando aqui. Estou jogando e tratando com a seleção, dentro daquilo que o professor [Parreira] pediu, que foi a presença", disse o volante da Juventus.
"Este final de temporada não é fácil. Tive um ano pesado, mas depois que acabar aqui quero férias." Emerson contou que vai negociar nesta semana com a Juventus o número de dias.
O brasileiro mais famoso do grupo já pediu e já conseguiu com o Barcelona a sua folga ao final do torneio alemão. Ronaldinho terá um mês livre a partir da data em que o Brasil encerrar sua participação. "Estou muito feliz, isso serve para me motivar mais para a Copa das Confederações."
O lateral Gilberto foi outro que disse já ter acertado com o seu clube, o Hertha Berlim, para tirar três semanas de férias. Mas integra um grupo que, de tão motivado para buscar uma vaga na Copa, suaviza a questão. "Quem está garantido pode reclamar, mas esta é a minha chance."
Parreira --que liberou Roberto Carlos e Cafu argumentando que eles têm mais de 30 anos e que precisa testar opções nas laterais e dispensou Ronaldo só após pedido do astro, que alegou desgaste físico e emocional-- apoiou o pleito, com uma ressalva: a seleção deve vir antes da folga.
"Acho perfeitamente válido que o jogador tenha interesse em tirar férias e que pleiteie isso ante os clubes, só que essa Copa das Confederações é diferenciada. Nessa hora a superação e a vontade têm que ser maiores que tudo."
Com informações da Folha On Line.