No depoimento, Roberto Jefferson garantiu que o presidente Lula não tinha conhecimento do pagamento do “mensalão” e, quando foi informado, ordenou que ele fosse suspenso. O líder do PTB, deputado José Múcio Monteiro (PE), confirmou que participou de encontro em que Jefferson teria informado Lula sobre a existência do "mensalão". Respondendo ao deputado Raul Jungmann (PPS-PE), Jefferson disse ainda que Lula agiu com energia e da forma correta. Ele acrescentou que o presidente queria afastar o tesoureiro do partido, Delúbio Soares, mas não tem conseguido.
Roberto Jefferson pediu desculpas pela generalização das denúncias e afirmou que nem todos os deputados do PP e do PL recebiam o “mensalão”. Os deputados Benedito de Lira (PP-AL) e Edmar Moreira (PL-MG) foram nominalmente inocentados. O presidente do PTB também inocentou o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, da acusação de que teria tentado incluir empresa na execução do projeto de transposição do rio São Francisco. Segundo o presidente do PTB, "Ciro Gomes é um dos homens mais honestos que conheço". O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que teria feito a denúncia contra Ciro, também negou sua veracidade.
Jefferson inocentou ainda a bancada do PT de participação no esquema, assim como os partidos da base aliada PMDB, PV e PcdoB - além do PPS, que já não integra a bancada governista. Ele declarou ainda que ninguém do governo o procurou depois das denúncias que fez ao jornal Jornal Folha de S.Paulo. Antes da entrevista, os ministros José Dirceu e Aldo Rebelo o teriam procurado para pedir que retirasse o apoio à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. Jefferson diz que concordou, mas reconheceu que foi um erro, porque ficou isolado.