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Internet é usada no ensino superior há uma década

Assessoria MEC - 11 de abril de 2004 - 09:17

Faz dez anos que as universidades brasileiras começaram a utilizar a internet nos cursos superiores a distância. Atualmente, 27 instituições estão credenciadas pelo Ministério da Educação a oferecer cursos de graduação on line. A maioria, no entanto, é dirigida para a formação de professores e ainda utiliza a tradição do material impresso.


Embora especialistas concordem que a internet pode ser um meio de interação num processo educacional de excelente qualidade, o recurso ainda tem uso limitado no Brasil. Um dos motivos é o público que se quer atingir. “As pessoas, em geral, estão em cidades onde não se tem acesso fácil à internet’’, diz Américo Bernardes, diretor do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) do MEC. Outro desafio para a utilização adequada da nova tecnologia é que as universidades brasileiras, sejam públicas ou privadas, não têm experiência de produção de material específico para uso na internet. “Geralmente, apenas disponibilizam na rede o conteúdo do material impresso. Assim, deixa de ser explorada uma série de ferramentas que a nova tecnologia permite’’, afirma.


A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, atua na formação a distância de professores estaduais por meio do Projeto Veredas. É o terceiro ano que o curso superior de pedagogia, com duração de oito semestres, é oferecido a docentes sem graduação. Ao todo, 15 mil professores serão formados. Os encontros presenciais entre tutores e alunos são programados no início de cada semestre, e ocorrem uma vez por mês. Uma exigência do MEC para autorizar cursos a distância é que pelo menos 20% deles sejam presenciais.


Posto telefônico – “Se o professor-aluno não tem acesso à internet, o material impresso supre essa carência’’, afirma Maria Tereza Amaral, coordenadora da Cátedra de Educação a Distância da Unesco, na Faculdade de Educação da UFMG. Segundo ela, o aluno não perde conteúdo, mas o processo de interação é menos ágil. “Vivemos com a internet, hoje, a mesma dificuldade de acesso que as pessoas tinham com o telefone tempos atrás’’, compara. “Em cidades mais carentes, se não há uma universidade ou um Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE), a população não tem acesso a computadores. É como o posto telefônico de antigamente, local onde se ia para fazer uma simples ligação.’’


São poucos os cursos de graduação brasileiros totalmente on line. Um deles é o bacharelado em administração oferecido pela Associação Internacional de Educação Continuada, em Brasília. O empresário Maurício Rondelli, dono de uma empresa de impressão de projetos de arquitetura e engenharia, é aluno do 4º semestre do curso. “Eu acesso o conteúdo pela internet, faço os testes de múltipla escolha on line e programo as pesquisas e trabalhos com meu grupo de colegas’’, conta. “A vantagem desse tipo de curso é que posso programar meu tempo. Como trabalho o dia todo e minha mulher está grávida, acordo às quatro da manhã para estudar.’’ O curso tem encontros mensais entre os tutores e os alunos.


História – Até o final do século 20, a maioria das instituições de ensino superior no Brasil não tinha envolvimento com a educação a distância. A primeira geração de educação a distância surgiu no país em 1904, com o ensino por correspondência: instituições privadas oferecendo iniciação profissional em áreas técnicas, sem exigência de escolarização anterior. Nas décadas de 70 e 80, fundações privadas e organizações não- governamentais começaram a oferecer cursos supletivos a distância, no modelo de teleducação, com aulas via satélite, complementadas por materiais impressos. A maior parte das instituições de ensino superior, no entanto, só se voltou para a educação a distância com as novas tecnologias de comunicação e de informação. Em 1994, começou a expansão da internet no ambiente universitário. Dois anos depois, a Lei 9.394/96 oficializou a educação a distância no ensino superior brasileiro.


Repórter: Rovênia Amorim

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