Os índios de dez etnias libertaram no início da noite desta segunda-feira cinco funcionários do consórcio responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, no município de Aripuanã, no extremo Noroeste de Mato Grosso. Apesar da libertação, os índios permanecem ocupando o local e mantinham uma reunião com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso e do consórcio responsável pela construção da hidrelétrica.

Os índios reclamam que a usina estaria sendo construída na área onde existiria um cemitério indígena e também alegam que suas aldeias na região sofrem impactos por conta da construção da unidade, que fica a cerca de 1.100 quilômetros da capital Cuiabá. Eles invadiram o canteiro de obras da usina no fim de semana e, inicialmente, fizeram reféns 300 trabalhadores.

Ainda na noite de domingo, os índios aceitaram libertar grande parte dos funcionários, mas mantiveram três engenheiros e dois dos responsáveis pela obra. \"Os índios estão tratando a gente com dignidade. Estamos fazendo uma reunião para decidir se vamos discutir as outras questões durante a noite ou amanhã cedo\", afirmou o secretário adjunto de Meio Ambiente, Salatiel Araújo.

A usina hidrelétrica de Dardanelos, que terá capacidade instalada de 216 megawatts, está sendo construída desde 2007 por um consórcio formado pela Neoenergia, empresa brasileira controlada pela espanhola Iberdrola, e as estatais Chesf e Eletronorte, ambas controladas pela Eletrobras. A data estimada para início da operação da usina é janeiro de 2011.