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Identificada nova conta de Valério para saques políticos

Thaísa Bueno / Campo Grande News - 27 de julho de 2005 - 13:50

A CPI dos Correios identificou uma nova conta do publicitário Marcos Valério, acusado de ser um dos operadores do suposto mensalão, usada para saques políticos. O levantamento, feito por técnicos da comissão e entregue à Reuters na noite de terça-feira por um parlamentar sob a condição do anonimato, mostra repasses de Valério à corretora Bonus-Banval (ligada ao deputado José Janene, líder do PP na Câmara), a Carlos Magno Ribeiro da Costa (secretário de finanças do PT em Minas Gerais), e a Sandra Rocha (ex-secretária de Comunicação da Prefeitura de Contagem, na gestão de Ademir Lucas, do PSDB).
No total os saques somaram R$ 3,626 milhões, foram feitos por meio da conta da empresa 2S no Banco do Brasil durante o ano de 2004. A maior parte desses valores foi retirada no primeiro semestre daquele ano. As operações de pagamento que já haviam sido identificadas pela CPI davam conta somente de movimentações suspeitas no Banco Rural, realizadas por meio das contas da SMP&B Comunicação e da DNA Propaganda, ambas também ligadas a Marcos Valério.
O envolvimento da 2S com políticos mostra a empresa como uma terceira fonte de dinheiro e pode, segundo membros da CPI, servir de elemento adicional para provar a existência de pagamento de mesada a parlamentares do PP e do PL em troca de apoio ao governo. Carlos Magno Ribeiro da Costa, que segundo a CPI foi coordenador das campanhas municipais do PT em Minas, em 2004, é apontado como beneficiário de um saque de R$ 90 mil. Sandra Rocha, assessora do tucano Ademir Lucas (que disputou e perdeu a reeleição para a prefeitura de Contagem) é apontada como beneficiária de um saque de R$ 55 mil.
A corretora Bonus-Banval, onde trabalhou Michelle Kremmer Janene, filha de José Janene, recebeu da 2S, entre fevereiro e maio de 2004, R$ 2,94 milhões em sete diferentes retiradas. Somente num dia, em 23 de maio daquele ano, a empresa recebeu R$ 1,4 milhão. Luiz Carlos Manzano, funcionário da Banval, já havia sido identificado pelos técnicos da comissão como sacador de 50 mil reais da conta da SMP&B. Benoni Nascimento de Moura, outro colaborador da corretora, retirou R$ 255 mil da conta da DNA. Ambas as contas são do Banco Rural.
A lista da 2S elaborada pela CPI, por meio da quebra de seus sigilos bancários, traz ainda outros sete nomes, entre eles o deputado José Mentor (PT-SP), que já havia aparecido como beneficiário de R$ 60 mil. Seu nome foi revelado pela Reuters na semana passada, ocasião em que declarou ter recebido um total de R$ 120 mil por consultoria prestada em seu escritório de advocacia. Os seis nomes restantes não foram identificados ainda pela CPI, constando apenas os valores retirados, o número dos cheques nominais e a data dos saques. As informações são da Folha On Line.

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