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Grevistas da PF recorrem à Justiça contra ponto cortado
A decisão do Ministério da Justiça de cortar o ponto dos agentes, escrivães e papiloscopistas está sendo interpretada pelo comando nacional da greve como mais uma ameaça para intimidar a categoria. Na quarta-feira (14/4), depois de ver rejeitada a proposta de 17% de reajuste, o governo encerrou as negociações com os grevistas e prometeu dar início ao corte retroativo nos salários, a partir de 9 de março, data do início da greve dos policiais federais.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Franscico Garisto, disse que com essa atitude do Ministério da Justiça, o confronto está estabelecido de vez. Ele confirmou que já são 14 os Estados onde os policiais em greve obtiveram liminar da Justiça contra o corte de ponto. Até o dia 5 de maio, acrescentou, a Federação entrará com ações na Justiça dos demais Estados, a fim de derrubar a decisão do governo: Eles serão obrigados a fazer uma nova folha nacional de pagamento.
A greve, segundo Garisto, deverá prosseguir "até o governo mostrar interesse em negociar o cumprimento da Lei 9.266, de 1996. A volta da operação padrão nos portos, aeroportos e fronteiras não está descartada, mas qualquer decisão nesse sentido só será tomada na próxima semana, disse.
A Lei 9,266 nivela como de nível superior o salário da categoria, hoje pago como de nível médio. O governo afirma que os salários já foram reajustados e que os grevistas querem um aumento de 85%, o que causaria um gasto de R$ 600 milhões. O presidente da Fenapef explicou que se houver corte de salário serão adotadas "estratégias que podem incluir a venda de carros da Federação para auxiliar nas despesas dos policiais prejudicados.
A Polícia Federal encaminhou ofício a suas unidades estaduais informando que será feito o desconto dos dias parados dos funcionários em greve e que irá utilizar as polícias Rodoviária, Civil e Militar para dar andamento a "operações policiais pendentes".