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Governo promete retomar cirurgias eletivas em junho

Aline dos Santos e Fabiana Silvestre / Campo Grande News - 20 de maio de 2005 - 14:16

David Majella
David Majella

As cirurgias eletivas (não emergenciais) devem ser retomadas no HR (Hospital Regional) de Campo Grande no início de junho. Segundo o secretário estadual de Saúde, Matias Gonsales, a União vai repassar R$ 2 milhões para que as cirurgias, que estão paralisadas desde janeiro, voltem a ser realizadas.

“Estive com o ministro Humberto Costa [Saúde] e ficou acertado que todos os anos a União vai repassar este recurso para as cirurgias eletivas”, afirmou Matias durante entrevista coletiva realizada esta manhã.

Conforme o secretário, dentro de uma semana, a direção do hospital deve encaminhar ao Ministério da Saúde um levantamento sobre a demanda de pessoas que estão na fila, aguardando para fazer cirurgias. Ele também informou que dentro dessa estratégia, de retomar as cirurgias, existe a possibilidade do HR ampliar a utilização dos leitos.

“No momento, estão sendo utilizados cerca de 260 leitos, que podem ser ampliados para 335”, disse. Entretanto, ele acrescentou que a prioridade é a retomada das cirurgias.

Matias ressaltou que durante a crise na Santa Casa de Campo Grande, o HR chegou a operar com 420 leitos. “Foi uma situação limite. Para se ter noção da sobrecarga na estrutura do hospital, os remédios comprados no início do ano, para atender o primeiro trimestre, terminaram no dia 21 de janeiro”, argumenta.

Outro questionamento do secretário é quanto os recursos repassados pelo governo federal para os hospitais. “A Santa Casa recebe do SUS, anualmente, R$ 5 milhões, já o Regional recebe R$ 500 mil”, enfatizou.

Além do recurso para as cirurgias eletivas, a União deve repassar ainda este ano R$ 2,4 mihões para que a Casa de Saúde possa adquirir órteses e próteses. O secretário ainda informou que os atendimentos de emergência e urgência não devem ser retomados, já que o HR se destina a um atendimento mais especializado.

Uma difícil espera - Luiz Cláudio Vieira, de 48 anos, aguarda por uma cirurgia de hérnia desde dezembro do ano passado. Vieira passou por uma cirurgia anterior, há três anos, mas houve rejeição à tela artificial que foi colocada em seu organismo.

Com a incisão destampada, ele é obrigado a usar gaze constantemente para estancar o vazamento. A primeira cirurgia foi marcada para 6 de dezembro, mas foi adiada para o dia 20 do mesmo mês, em função da greve dos anestesistas. Em 15 de janeiro, quando foi marcada nova data, ele foi até o Hospital Universitário, mas as cirurgias eletivas estavam suspensas em função da crise na Santa Casa de Campo Grande.

Uma nova data foi agendada para 21 de fevereiro e novamente cancelada, porque o HU ainda não conseguiu superar os transtornos.

A espera do jardineiro A.C., de 35 anos, completa um ano no mês que vem (soropositivo, ele prefere não se identificar para evitar preconceitos). O trabalhador espera por uma cirurgia para a retirada de verrugas desde abril do ano passado. Chamados de abscesso, os caroços nascem na região anal e já provocam dores.

O rapaz se sente mais incomodado ainda porque vai trabalhar de bicicleta e percorre mais de 20 km diariamente, do bairro Dom Antonio Barbosa até o Parque dos Poderes, o que agrava sua situação. Os procedimentos foram remarcados por várias vezes e agora ele tem esperança de ser atendido na próxima semana, quando o HU (Hospital Universitário) promete retomar as cirurgias eletivas.

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