O governador de Roraima, Flamarion Portela, que teve seu mandato cassado na noite de ontem (3) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que vai recorrer da decisão sem se retirar do cargo. Em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia, Flamarion afirmou nessa manhã que “todos os recursos serão processados com o governador Flamarion Portela no cargo”.

Segundo o governador, seus advogados vão recorrer primeiro ao próprio TSE e depois ao Supremo Tribunal Federal. Flamarion espera “uma série de fatos até o veredito final da ação movida pelo candidato derrotado (Ottomar Pinto)”.

O TSE decidiu cassar o governador depois de julgar o processo que denunciava Flamarion por abuso de poder econômico e político durante a campanha que o reelegeu em 2002. De acordo com o candidato derrotado, Ottomar Pinto (PTB-RR), Flamarion teria se aproveitado de programas sociais para ganhar votos.

“Estamos pagando um preço altíssimo por termos feito distribuição de renda de forma diferenciada em Roraima”. Segundo o governador, os programas, como Primeiro Emprego, Alô Mamãe e Pró-custeio, precisavam continuar, mesmo durante a campanha eleitoral. No estado, os benefícios desses programas são distribuídos em forma de vales. “Não houve o intuito de arranjar votos, como fui acusado”, afirmou.

Flamarion Portela está licenciado do Partidos dos Trabalhadores (PT) desde o chamado “escândalo dos gafanhotos”, quando a Polícia Federal descobriu em Roraima um esquema de aproveitamento ilícito na folha de pagamento dos servidores. O governador lembrou que continua filiado ao PT e que apenas se licenciou “para não criar transtornos ao Partido”.