Muitas pessoas sabem que a herança genética e o ambiente são fatores que contribuem para a asma. Contudo, que outros fatores, além destes, podem contribuir para que a criança desenvolva a doença? Márcia Faganello, mestre em fisioterapia, Maria Sologuren, livre-docente em pediatria, e Mário Baraúna, doutor em motricidade humana, fizeram uma pesquisa, buscando avaliar fatores de risco para a ocorrência de asma na infância.

De acordo com artigo publicado na edição de setembro-outubro de 2001 da Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, foram selecionados, no Hospital de Clínicas da Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia, os prontuários médicos de 60 crianças, que haviam nascido entre 1989 e 1991. Destas, metade foi prematura e a outra metade tinha nascido no tempo certo. Após a seleção, os pesquisadores procuraram os pais das crianças, que já tinham em média 8 anos de idade, e aplicaram um questionário. Além da prematuridade, eles avaliaram fatores como o tabagismo materno na gestação, história materna e paterna de atopia (tendência hereditária a alergia), estação do ano em que ocorreu o nascimento, escolaridade e situação econômica dos pais.

De acordo com os pesquisadores, a ocorrência de asma no grupo de crianças nascidas prematuras foi significativamente maior que a ocorrência no grupo de crianças nascidas a termo. Segundo eles, apresentaram asma na idade escolar em torno da metade das crianças nascidas prematuras e 16,7% das crianças nascidas a termo. Com relação ao tabagismo materno, os cientistas afirmam que a freqüência de asma nas crianças cujas mães fumaram durante a gestação foi significativamente maior. Os outros fatores não tiveram associação com maior risco para o desenvolvimento de asma. Contudo, eles ressaltam que “independente de nascer prematuro, um indivíduo pode herdar genes determinantes de asma”.



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