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Geral

Fiori Gigliotti, o poeta do rádio

Dinamérico Aguiar* - 04 de junho de 2013 - 18:09

Lá pelos idos do passado o scratch do rádio, da Rádio Bandeirantes de São Paulo, líder em audiência no futebol, tinha em Fiori Gigliotti o seu locutor mais popular. Ele dividia com o Flávio Araújo o comando das transmissões mas, por ser mais carismático, acabava transmitindo os principais eventos. O Flávio era, digamos, mais completo, pois irradiava jogos de vôlei, basquete, as lutas de boxe. Quem não se lembra das lutas do Eder Jofre no Japão, com o Flávio Araújo transmitindo.


Mas o Fiori era o nosso poeta da transmissão. Criava bordões inesquecíveis como “o céu está vestido de azul, o tempo passa, balão subindo, balão descendo, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”, em meio a tantos e tantos outros. O Fiori , também, de identificar a origem dos atletas. E assim, quando estava transmitindo um jogo, dizia, por exemplo, Renato, o moço de Morungaba...Valdir Peres, o moço de Osvaldo Cruz...e assim por diante.
Certa ocasião o ponteiro Garrincha, no fim de sua gloriosa carreira, veio jogar no Corinthians. O Garrincha tinha nascido em um município do Rio de Janeiro, da região metropolitana do Rio, chamado Pau Grande. Até hoje o nome é esse. E nós ficamos esperando o primeiro jogo dele em São Paulo. Todos atentos à transmissão.


A primeira partida do Mané Garrincha em São Paulo, pelo Corinthians, foi no Estádio do Pacaembú, contra o Vasco da Gama. E nós, companheiros de Fiori apenas aguardando o momento em que ele iria dizer de onde o craque viera. Torcidas, apostas, sorrisos maldosos. E a bola correu...e Garrincha foi lançado...e o Fiori não teve dúvidas...bola com Garrincha, o moço das pernas tortas.


Perdemos a aposta. E Pau Grande não foi reverenciada como a cidade de Garrincha.

Dinamérico de Campos Aguiar* foi chefe do departamento esportivo da Rádio Bandeirantes na década de 60 e passa a escrever, com exclusividade, as suas memórias para o Cassilândianews. Ele também foi gerente de emissora em que trabalhou o jornalista João Girotto, hoje em Cassilândia.

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