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Faltam recursos para estudos espaciais, diz professor

Adriana Franzin/ABr - 30 de março de 2006 - 10:36

A falta de recursos e os baixos salários dos pesquisadores envolvidos com a área espacial têm dificultado o desenvolvimento dos estudos. A reclamação foi feita pelo professor da Universidade de Brasília José Leonardo Ferreira, ao participar ontem (29) do programa Diálogo Brasil.

O tema do programa, que antecedeu o lançamento da nave Soyuz TMA-8, da base de Baikonur, no Cazaquistão, foi a trajetória do tenente-coronel aviador Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro. A missão de que ele faz parte foi chamada no Brasil de Missão Centenária, numa alusão aos 100 anos do primeiro vôo de Santos Dumont com o 14 Bis. O astronauta permanecerá por oito dias na Estação Espacial Internacional (ISS).

"Esse não deveria ser um projeto de governo, mas um programa de Estado, dada a importância que tem", disse Ferreira no estúdio da TV Nacional, em Brasília. Segundo ele, os recursos destinados ao programa espacial brasileiro foram crescendo a partir de 79 e alcançaram o investimento máximo durante o governo Sarney.

"Além da falta de recursos, a falta de continuidade da aplicação de recursos financeiros e humanos dificultam as pesquisas", ressaltou. Ele explicou que o momento da reentrada da nave na atmosfera terrestre é o mais perigoso do programa.

O diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Gilberto Câmara, afirmou, no estúdio da TV Cultura, em São Paulo, ao contrário, que há uma aplicação continuada de recursos na área. Ele destacou que "não há metas políticas ou eleitorais" do Ministério da Ciência e Tecnologia com o envio do astronauta brasileiro. Para ele, diferentemente do que se pensa, "hoje estamos com muito mais maturidade e sucesso que durante a época do Regime Militar".

Para o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Adriano Caldeira Araújo "é fundamental induzir nas crianças a idéia da importância da pesquisa e da busca por novas tecnologias". Ele disse, no estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, que os testes podem trazer inúmeros benefícios para a população.

"Se o funcionamento de um determinado mecanismo de reparo for mais eficiente nessas condições, nós poderemos fazer algumas adaptações aqui na Terra para que a gente consiga ganhos" salientou.

Em Brasília, no auditório do Ministério da Ciência e Tecnologia, o ministro Sérgio Rezende, disse que um programa espacial é muito caro e os países estão se unindo e dividindo custos e responsabilidades para implementar programas que beneficiem todos os países.

"Esse é o futuro dos programas espaciais", ressaltou o ministro, lembrando que o Brasil já tem parcerias com a China e com a Ucrânia. Ele também rebateu a reclamação da falta de investimentos: "Os recursos para o programa espacial brasileiro e para o setor de ciência e tecnologia têm sido crescentes no atual governo".

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