O doleiro Najun Turner depõe nesta terça-feira na sub-relatoria da comissão parlamentar mista dos Correios criada para investigar as operações daquela estatal. Turner teve o seu sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrado pela CPI na última terça-feira (4), assim como o de sua empresa, a Natimar e o de sua mulher, Deusa Maria Costa Silva. Deusa recebeu recursos da corretora Bônus-Banval, enquanto a Natimar fez pagamentos a deputados do PL.

Turner ficou nacionalmente conhecido em 1992 por ser um dos artífices da chamada "Operação Uruguai", nome dado a empréstimo de US$ 5 milhões utilizado pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello para justificar gastos de campanha. Preso desde março deste ano, Turner foi condenado a 10 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro nacional.

Nesse mesmo dia, a Sub-relatoria de Fontes Financeiras vai ouvir outro doleiro, Carlos Alberto Quaglia. Dois empresários acusados de operar ilegalmente com câmbio de moedas já falaram, nesta semana, à CPI dos Correios: Haroldo Bicalho e Jader Kalid, que negaram, entretanto, envolvimento com essa atividade.

Na quinta-feira (13), a Sub-relatoria de Contratos, que investiga contratos entre a Empresa de Correios e Telégrafos e seus fornecedores, ouve Carlos Eduardo Fioravanti da Costa, ex-diretor da estatal; Marcos Vinícius di Flora, ex-assessor da Secretaria de Comunicação da Presidência da República; e Paulo Roberto Kress Moreira, sócio da Anchieta, uma agência franqueada dos Correios.