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Espaço: causa de violência entre índios de MS

Daniel Mello , Agência Brasil - 06 de maio de 2009 - 19:57

São Paulo - A falta de áreas para que os índios da etnia Guarani Kaiowá de Mato Grosso do Sul possam produzir o necessário para a subsistência e abrigar suas famílias de maneira digna e a consequente disputa por terras na região são os motivos do elevado número de homicídios entre indivíduos desse povo, na avaliação de especialistas.

Dos 60 assassinatos de índios registrados em 2008, 42 foram de Kaiowás, segundo dados divulgados esta semana pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Perseguição pelos meios de comunicação locais, discriminação e estupros são outras formas de violência sofridas pela etnia, de acordo com o Cimi.

O antropólogo Rubem Thomaz de Almeida ressalta que “há um problema social grave” em relação aos indígenas que ocupam o cone sul do Mato Grosso do Sul. Thomaz faz parte de um dos grupos de trabalho que estudam a demarcação de novas terras para os Guarani Kaiowás. Segundo ele, a falta de espaço gera conflitos entre as diferentes famílias de índios e também com a população da região.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) é chamada com frequência para apartar conflitos relacionados à posse de terras envolvendo indígenas na região. A chefe do escritório regional da Funai em Dourados, Margarida Nicoletti, atribui as demandas ao fato de os índios viverem em um local “apertado” dentro das reservas.

Além dos indígenas que vivem nas áreas estabelecidas como reservas, há ainda os que montaram acampamentos próximos
à região e que reivindicam parte do terreno. A situação desses grupos é ainda pior, porque o espaço não permite o mínimo de produção agrícola.

A Funai distribui 3 mil cestas básicas por mês para os acampados.“Caso contrário fica difícil a sobrevivência”, ressaltou Nicoletti.

Em março deste ano uma portaria da Funai definiu os procedimentos necessários para a demarcação de novas terras e autorizou a retomada dos estudos paralisados desde setembro de 2008, devido a um acordo entre a fundação e o governo do estado de Mato Grosso do Sul.

Os trabalhos, entretanto, ainda não recomeçaram. A Funai de Dourados não soube dizer quando o processo será reiniciado.


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