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Enchentes aumentam ocorrência de casos de leptospirose

Agência Notisa - 22 de janeiro de 2005 - 08:42

Pesquisa mostra que principais epidemias da doença no município do Rio de Janeiro ocorreram após intenso período de chuvas e atingiram, principalmente, as áreas de Jacarepaguá, Vargem Grande e Barra da Tijuca.

A leptospirose é considerada um importante problema de saúde pública e pode ser adquirida pelo contato com reservatórios animais, principalmente ratos, ou ambientes contaminados por sua urina. No Brasil, e mais especificamente no Rio de Janeiro, as epidemias da doença ocorrem geralmente no verão, período em que há maior volume de chuvas e, conseqüentemente, mais enchentes. Essa é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz.

De acordo com artigo publicado na edição de novembro/dezembro de 2004 dos Cadernos de Saúde Pública, foram notificados no Brasil, durante o período de 1985 a 1997, 35.403 casos da doença, variando de 1.594 em 1987 a 5.576 em 1997, com 3.821 óbitos registrados. A taxa de letalidade média foi de 12,5%. Só no Município do Rio foram registrados, em 1996, 1.732 casos e 51 óbitos. O estudo teve como objetivo descrever a distribuição espacial da leptospirose na cidade, entre 1995 e 2000, identificando os principais fatores de risco ambientais para a ocorrência da doença.

Os pesquisadores constataram que houve uma grande epidemia em 1996, alguns dias após o Município do Rio de Janeiro ter sido assolado por fortes tempestades no mês de fevereiro. Eles também verificaram a ocorrência de pequenos picos nos anos de 1997 e 1998 na mesma época do ano, porém sem a mesma magnitude. Já as incidências de 1999 e 2000 se distribuíram mais uniformemente no transcorrer do período. Os principais focos ocorreram em Jacarepaguá, Vargem Grande e nos arredores da Barra da Tijuca.

A equipe explica que diferenças entre áreas existentes no Rio de Janeiro podem estar facilitando a ocorrência da doença: “o município é caracterizado por muitos contrastes, verificando-se a existência de áreas extremamente ricas, que oferecem excelente qualidade de vida, a alguns metros de regiões que não dispõem de condições básicas de saneamento e coleta de lixo. É justamente essa ‘proximidade’ que parece estar influenciando a ocorrência da leptospirose”.

Dessa forma, segundo os pesquisadores, é importante que seja feita constantemente uma vigilância epidemiológica: “ela permite manter um conhecimento atualizado do comportamento da doença, obtendo-se um diagnóstico da situação epidemiológica; selecionar, priorizar e orientar as medidas de controle adequadas a serem adotadas; e prever mudanças no comportamento epidemiológico da doença diante da adoção de medidas de controle”.

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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