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Empresas ainda não se previnem adequadamente, diz especialista

Portal Segs - 03 de julho de 2015 - 12:00

Pesquisa recente realizada pelo site de carreiras Vagas.com mostra que 52% dos entrevistados já sofreram algum tipo de assédio no ambiente de trabalho. Do total de quase 5 mil entrevistados, 47,3% declararam já ter sofrido algum tipo de assédio moral, que se caracteriza por piadas, agressões verbais ou gritos constantes. Já os casos de assédio sexual como cantadas, propostas indecorosas ou olhares abusivos são menos frequentes, sendo relatados por 9,7% dos entrevistados.

De acordo com Renato Santos, é preciso destacar que o assédio só se caracteriza quando há uma relação de subordinação entre o assediado e o assediador. “Na base do assédio está o ‘abuso de poder’, ou seja, só ocorre assédio quando o seu autor se utiliza do poder no qual a organização o deu para imprimir suas vontades, sejam elas de manutenção desse poder ou sexuais”, afirma.

O especialista explica que o assédio consiste na constante e deliberada desqualificação da vítima, seguida de sua consequente fragilização, com o intuito de neutralizá-la em termos de poder. “Esse processo além de anular a vontade do assediado, aumenta o risco para a organização, não apenas jurídico, mas de imagem e em sua operação”, diz. Dessa forma, as empresas precisam dar o devido foco nesse tema, tanto por prejuízos financeiros consideráveis, como processos por danos morais, como pela percepção de impunidade que a falta de sua tratativa pode ensejar nos seus colaboradores e terceiros.

Com a incidência crescente de denúncias de assédio, as companhias precisam diversificar as ações preventivas para coibir essas práticas de constrangimento. O primeiro passo, segundo o sócio da S2, é identificar tendências de seus candidatos a agirem de forma agressiva e impositiva contra seus subordinados diretos ou indiretos. “É preciso compreender suas percepções sobre a relação que acredita ser a mais eficaz com colegas de trabalho e, uma vez identificando percepção diferente do que a organização preza, deve-se trabalhar no desenvolvimento desses profissionais”.

Para Santos, ao demonstrar de forma prática com simulações de dilemas do dia a dia na organização os impactos de seus atos, a empresa reforça a conduta que se espera dele, assim como as consequências de suas ações. “Dessa forma, a organização demonstra que há um tratamento adequado dessas ações, com a devida investigação de denúncias realizadas por canal independente e por entrevistas demissionais”, diz.

Todavia, Santos ressalta que é importante que essa investigação dê o direito de defesa ao colaborador, uma vez que ele pode ser vítima de uma denúncia falsa por interesses políticos de uma pessoa ou de um grupo. “Se a organização não tratar ou tratar de maneira inadequada o tema, pode gerar riscos financeiros e de imagem que podem minar sua capacidade competitiva”, conclui.

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