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Em momento de crise – investir como, quando, onde e por quê?

Reinaldo Domingos - 17 de março de 2015 - 10:43

“Em que tipo de aplicação eu devo investir neste momento de instabilidade econômica?” Essa pergunta é uma das mais frequentes por onde quer que eu passe, por ser um autor de livros de educação financeira.

Como resposta, sempre falo que não existe uma fórmula exata, reforçando que o mais importante é saber por que se vai investir, isto é, quais os objetivos que dará para o dinheiro e como se montará uma estratégia para que se poupe dinheiro para esse investimento.

Lógico que existem linha que não recomendo atualmente, como é o caso do dólar, que está em um momento de grande alta e deve se estabilizar futuramente, bem como a poupança que vem rendendo menos que a inflação.

Já as ações, até pode ser uma boa aposta, mas desde que acompanhado por um especialista e não direcionando todo dinheiro. Uma linha que acho interessante são os títulos públicos que vem passando por mudanças, mas que é rentável e tem ótimas garantias.

Contudo, o grande erro que observo hoje é a ideia de poupar por poupar, já que dinheiro sem finalidade, na maior parte das vezes, é dinheiro perdido. Assim, uma reflexão sobre o papel do investimento é imprescindível. Posterior a essa resposta, chegamos, finalmente, à outra questão: onde investir?

No mercado financeiro, existem diversas opções de aplicação em ativos financeiros com riscos diferentes, variando de aplicações de baixo risco, como, por exemplo, a caderneta de poupança, até investimentos de alto risco, como a aquisição de ações na bolsa de valores. Assim, procure sempre um especialista ou um educador financeiro para orientá-lo nas decisões de aplicações, visando mantê-la de forma segura e rentável.

Para auxiliar nessas escolhas, preparei algumas orientações sobre o tema, reforçando que sempre se deve poupar e investir com um sonho ou objetivo atrelado:

Como e quando o capital poupado será aplicado? É preciso definir como e quando o capital poupado será utilizado no futuro. Esta decisão será importante na escolha do tipo de aplicação em ativos financeiros para proteger a poupança. Para tanto, siga as orientações apresentadas para a preparação do plano de investimentos.

Por quanto tempo o investimento deverá ser aplicado? Além de elaborar o plano de aplicação, é necessário definir o momento (data) do resgate de cada ativo financeiro escolhido, em conformidade com o cronograma de aplicação dos recursos poupados, para serem investidos no alcance dos objetivos desejados para o negócio. A determinação do período de tempo de cada aplicação é importante no momento da escolha dos ativos financeiros. Quanto maior for esse período, normalmente, maior será a rentabilidade e menor a incidência de tributos.

Qual risco da aplicação? De forma geral, o risco de uma aplicação financeira é diretamente proporcional à rentabilidade desejada pelo empreendedor, ou seja, quanto maior o retorno estimado pelo tipo de aplicação escolhida, maior será o risco. O risco da aplicação significa que o empreendedor poderá não conseguir o retorno prometido ou mesmo perder uma parcela do montante aplicado. Para tanto, é importante conhecer muito bem os atributos de cada aplicação, tais como o nível de risco, retorno, o tempo de aplicação, os tributos e outras despesas que serão cobradas, como, por exemplo, a taxa de administração exigida por fundos de investimentos, tendo em vista que poderão comprometer a rentabilidade dos investimentos. É bom lembrar sempre que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Onde investir? Onde investir o dinheiro poupado é sempre uma decisão difícil, devido à grande quantidade de opções de ativos financeiros existentes no mercado. Mas, indubitavelmente, sempre há ótimas opções de investimento. A seguir são apresentadas as principais alternativas:

Fundos Referenciados DI – são fundos de investimento em títulos públicos, com rendimento vinculado ao CDI – Certificado de Depósito Interbancário. Os fundos DI têm rendimento diário e permitem resgates de recursos a qualquer momento.

Fundos de curto prazo – este tipo de fundo investe em títulos de renda fixa de curto prazo, emitidos pelo governo. Sua rentabilidade está também vinculada ao CDI (taxa de juros interbancários).

Fundo de Investimento – é um tipo de aplicação financeira em que o aplicador adquire cotas do patrimônio de um fundo administrado por uma instituição financeira. O valor da cota é recalculado diariamente. A remuneração varia de acordo com os rendimentos dos ativos financeiros que compõem o fundo. Não há, geralmente, garantia de que o valor resgatado será superior ao valor aplicado. Todas as características de um fundo devem constar em seu regulamento. Tem como objetivo reunir recursos financeiros de um grupo de pessoas, físicas ou jurídicas, visando a sua aplicação em ativos financeiros de propriedade de todos os investidores e as despesas, bem como os retornos são divididos na proporção dos investimentos realizados.

Caderneta de Poupança – a caderneta de poupança é o investimento mais simples, seguro e popular entre investidores, contudo, ultimamente seu retorno não está sendo interessante, estando abaixo da inflação. Seu rendimento, mensal ou trimestral, é fixado pelo Banco Central, sendo igual em todas as instituições financeiras que operam com esse tipo de aplicação.

CDB – Certificado de Depósito Bancário e RDB – Recibos de Depósito Bancário – o CDB e o RDB são títulos de renda fixa que pagam, em períodos definidos, uma remuneração ao investidor e que representa uma promessa de pagamento futuro do valor investido mais uma taxa negociada no momento da aplicação. A diferença entre o CDB e o RDB é que o CDB pode ser negociado por meio de transferência. O RDB é inegociável e intransferível.

Títulos públicos – são aplicações que rendem juros prefixados, pós-fixados e mistos. Alguns títulos públicos são remunerados pela correção cambial, enquanto outros são corrigidos por índices de inflação, atualizados pela taxa SELIC (fixada pelo Comitê de Política Monetária – COPOM, do Banco Central do Brasil).

Ações – investir na aquisição de ações significa adquirir uma fração do patrimônio de uma empresa e tornar-se sócio. A valorização das ações, normalmente, acompanha os resultados da empresa. Se forem bons, o valor da ação tende a subir, ao contrário, ocorrerá uma desvalorização desse ativo financeiro.

Letras de Crédito Imobiliário (LCI) – é um ativo financeiro de renda fixa garantido por um bem imóvel e que rende aos aplicadores juros e atualização monetária.

Todas essas linhas de investimentos possuem seus pontos negativos e positivos que dependerão da situação e objetivo do investidor. Mas o melhor caminho para quem decide mudar de vida para se tornar um poupador é buscar educação financeira antes de qualquer ação.

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira e autor de diversos livros sobre o tema, dentre eles, Terapia Financeira (best-seller da Editora DSOP).

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