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Geral

Educação no campo sofre discriminação

Letícia Diniz/ABr - 25 de outubro de 2003 - 09:43

Brasília - Pesquisa indica que 34% dos jovens que moram no campo não freqüentam a escola. A informação é de um trabalho realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), apresentado no Seminário de Educação no Campo, em Brasília.

Para o secretário de Inclusão Educacional do MEC, Osvaldo Rosso, este estudo mostra como a educação no campo está péssima. “A educação no campo sofre uma discriminação. O campo tem bem menos professores e escolas”, afirma. “Se a educação nas cidades já é uma tragédia no campo ela é bem pior”.

A pesquisa revelou que entre os alunos matriculados, apenas 12,9% estão no ensino médio. No campo, 29,8% dos adultos são analfabetos, enquanto na cidade este índice é de 10,3%. Dos estudantes de 10 a 14 anos, 23% estão na série adequada a sua idade, taxa que é de 47% na área urbana.

Isabel Ferreira Cristina, 22 anos, faz parte dessas estatísticas. Ela ainda não terminou o ensino médio porque precisa ajudar sua mãe nas tarefas de casa. “Já tive que parar de estudar quatro vezes porque precisei ajudar a minha mãe a cuidar dos meus sete irmãos”.
Para jovem estudar no campo é muito difícil porque as escolas são muito longe. O currículo escolar desinteressante e distante da realidade é desestimulante. “Tudo que aprendemos é voltado para a cidade. Nós vivemos no campo, temos que aprender coisas daqui”.

O secretário de Inclusão Educacional do MEC, informou que o MEC já está tomando as providências para mudar o ensino rural. Segundo ele o resultado deste seminário em Brasília é um documento. “Este documento afirma que pensar a educação em relação ao desenvolvimento sustentável é uma das formas de trazer à tona as potencialidades de cada região agrária. Também defende que as políticas públicas a serem implementadas pelo governo devem estar articuladas com as políticas nacionais, mas respeitando as especificidades e as demandas do campo, que é muito heterogêneo e diverso”.

Rosso disse ainda que, no próximo ano algumas mudanças já poderão ser vistas.

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