Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 26 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Dólar sobe 1,5% e Bovespa opera com cautela

25 de julho de 2005 - 16:58

O mercado financeiro mantém a cautela nesta tarde, por conta das preocupações em torno da crise política do país. Às 14h50, o dólar registrava alta de 1,54%, vendido a R$ 2,435.

A Bolsa de Valores de São Paulo operava com queda de 2,82%, depois de atingir perdas de 3,5% pela manhã.

Das 55 ações que fazem parte do Ibovespa --principal índice da Bolsa paulista--, apenas quatro têm desempenho positivo nesta tarde, com destaque para o papel preferencial "B" da Aracruz, que sobe 1,86%.

O principal temor do mercado é que surjam denúncias que atinjam diretamente o presidente Lula ou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Gustavo Alcântara, gestor da Mercatto, avalia que o posicionamento do presidente da República tem sido de distanciamento da crise, o que de certa forma preocupa os investidores.

O presidente foi destaque hoje no editorial do jornal britânico "Financial Times". O jornal diz que Lula, "eleito para tornar o Brasil e o seu governo mais eficientes, limpos e justos, parece estar fracassando em todos esses objetivos".

Além disso, o "FT" afirma que o escândalo de corrupção atual no Brasil é o mais sério desde o "impeachment e a renúncia do presidente Fernando Collor". "O presidente [Lula] precisa agir com urgência para resolver uma crise política que poderia contaminar a economia brasileira", diz o jornal.

Na última sexta-feira, a Merrill Lynch reduziu a recomendação de investimentos em títulos brasileiros.

A Merrill Lynch, entretanto, atribuiu sua reavaliação à valorização da moeda chinesa e ao discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, BC dos EUA), Alan Greenspan, que sinalizou continuidade da alta do juro norte-americano por mais tempo do que o esperado.

"O movimento do mercado hoje mostra que está todo mundo entrando no mesmo clima [de tensão]", afirmou Alcântara.

Para piorar, o resultado da balança comercial, que vinha sustentando a tendência de baixa do dólar, teve uma queda significativa na última semana.

Segundo dados divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, o superávit comercial brasileiro somou US$ 343 milhões na quarta semana de julho, volume 65% inferior ao da terceira semana do mês.

A queda no superávit se deu por conta da redução de 17,1% nas exportações, que ficaram em US$ 2 bilhões na última semana, e do aumento de 15% nas importações, que somaram US$ 1,658 bilhão.

Apesar da crise política no Brasil, o saldo de investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo nos primeiros 18 dias úteis de julho está positivo. No período, os estrangeiros deixaram R$ 857,3 milhões na Bovespa, mais do que o dobro do saldo de todo o mês de junho, que foi positivo em R$ 354,2 milhões, após três meses seguidos de resultados negativos.

O risco-país --que mede a confiança dos estrangeiros no Brasil-- apontava queda de 0,24% há pouco. Quando o indicador cai aponta confiança na capacidade do país de honrar seus compromissos e, quando sobe, o oposto.

Flávio Serrano, economista da Ágora Senior, avalia que o movimento do risco-país mostra que mesmo com a crise política ainda há apetite por títulos do Brasil no exterior.

SIGA-NOS NO Google News