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Documentos do STF decepcionam parlamentares da CPMI

Agência Câmara - 28 de julho de 2005 - 08:19

O conteúdo dos documentos apreendidos pela Polícia Federal em Belo Horizonte, que foram entregues nesta quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, decepcionou deputados e senadores que tiveram acesso aos papéis. A documentação inclui cópias das ordens de pagamento, extratos bancários e cópias de cheques das contas pessoais e de agências de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do "mensalão". No entanto, de acordo com os parlamentares, a lista de políticos e outras pessoas que teriam recebido pagamentos do empresário é bem menor do que se supunha, e não traz muitas novidades.

Suspeita de triagem
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) suspeita que tenha havido uma triagem dos documentos antes da entrega à CPMI. "Os indícios são muito fortes", apontou. Ela observa que, das inúmeras caixas de papéis que vieram do Banco Rural, somente aquela que continha informações já divulgadas na imprensa estava organizada. "As outras caixas estavam com tudo misturado, bagunçado e, pior, desgrampeado. Os documentos que comprovavam quem sacou foram visivelmente arrancados."

Dados conflitantes
Segundo o relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), a avaliação superficial dos documentos do STF indica que não há novidades, mas ele acha possível que novos nomes apareçam com uma avaliação mais aprofundada. O relator pondera que os documentos não seriam adulterados. No entanto, ele também levanta suspeitas sobre disquetes de computador recebidos pela CPMI, que apresentariam dados conflitantes.
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) ressalta que, nos documentos do STF, existem alguns nomes diferentes daqueles que a CPMI já tinha. "Estamos checando para ver se há ligação com parlamentares, mas não tem o volume ou a importância, enfim, nem a revelação bombástica que todos nós esperávamos."

Depositários
No entanto, Pompeo de Mattos não vê sinal objetivo de que alguém tenha adulterado qualquer documento. "A CPMI tem de continuar a sua investigação. Devemos agora convocar, além dos grandes sacadores, os grandes depositários das contas de Marcos Valério." Entre eles, o deputado cita o banqueiro Daniel Dantas, que controla as empresas de telefonia Telemig Celular, Amazônia Celular e Brasil Telecom, todas elas autoras de grande volume de depósitos.
O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) também não acredita que tenha havido triagem de documentos para prejudicar quem quer que seja. "Isso aí é mania de perseguição. Não se pode levantar suspeitas nem a favor nem contra, sendo governo ou oposição."


Reportagem - José Carlos Oliveira e Mônica Montenegro
Edição - Francisco Brandão


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