Entre os alimentos de origem oriental que têm feito sucesso em países ocidentais está o broto de feijão-mungo (Vigna radiata L.). Mas este vegetal tem sido cada vez mais consumido não apenas porque a culinária chinesa está conquistando novos adeptos. Na verdade, a procura por alimentos naturais e com alto valor nutritivo – que se intensificou nos últimos anos – também ajuda a explicar a crescente fama do broto de feijão. Rico em vitaminas e minerais e com baixo teor de lipídios, ele apresenta ainda propriedades antioxidantes, já que contém compostos fenólicos. Estas substâncias têm sido associadas ao combate a radicais livres e à prevenção do envelhecimento precoce, entre outros benefícios à saúde.

Vera Lúcia Arroxelas Galvão de Lima e sua equipe, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), quantificaram o teor total de compostos fenólicos no broto de feijão e avaliaram a ação antioxidante do extrato desse vegetal. Imediatamente após a colheita, as plantas – cultivadas em Gravatá (PE) – foram levadas ao Laboratório de Análises Físico-química e Sensorial de Alimentos do Departamento de Ciências Domésticas da UFRPE, onde foram estudadas.

“Os resultados permitem concluir que o broto de feijão-mungo tem considerável quantidade de fenólicos totais, cuja extração foi mais eficiente com o uso de água à temperatura ambiente”, afirmam os pesquisadores em artigo publicado na Revista de Nutrição, na edição de janeiro-março de 2004. Além disso, “o extrato aquoso desse vegetal, com maior teor de fenólicos totais, exibiu ação antioxidante”, completam.

De acordo com Vera Lúcia e sua equipe, o conteúdo de compostos fenólicos no broto de feijão é maior que o encontrado em outros vegetais, como cebola, cenoura, tomate e ervilha. Quanto ao efeito antioxidante da iguaria chinesa, os experimentos (em um sistema modelo) mostraram que ela consegue inibir a oxidação em quase 50%. Contudo, pimenta, extrato aquoso de canela, germe de trigo e ginseng parecem apresentar uma ação oxidante superior à do broto de feijão. Mesmo assim, “o consumo do broto de feijão-mungo poderá proporcionar efeitos benéficos à saúde”, garante o grupo coordenado por Vera Lúcia no artigo.

Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)