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Deu no Facebook: homenagem póstuma a Yunes Mahfouz

Rogério Tenório - 02 de abril de 2015 - 17:37

Quando jovens temos a sensação de que o mundo é todo nosso, que temos todo o tempo e que teremos todas as oportunidades para viver intensamente e fazermos tudo aquilo que quisermos.


O tempo passa, as contingências da vida vão chegando e descobrimos que as coisas não funcionam exatamente como pensávamos. Em nome da garantia de sobrevivência, da segurança da família, de uma estabilidade questionável vamos podando nossos sonhos, limitando nossos horizontes, até descobrirmos meio que na marra que, como dizia Exúpery, o essencial é invisível aos olhos.


Somos lentamente lapidados pela vida a ponto de entendermos que cada dia é uma benção; que o simples nascer do sol já é motivo mais que suficiente para se celebrar (mesmo que intimamente com uma breve prece de gratidão); que de nada adianta conquistar o mundo se não tivermos ao nosso lado, na nossa intimidade, pessoas que nos amam de verdade, pelo que somos, despidos de tudo o que porventura pudermos oferecer; que cada momento ao lado dos nossos entes queridos é um presente de Deus, uma oportunidade de crescimento, de aprimoramento enquanto seres espirituais, afinal, como apregoa a Bíblia: o homem com o homem se fia.


E é justamente sobre essa oportunidade de nos "fiarmos" que quero me debruçar. Ao longo da vida vamos construindo relacionamentos sem percebermos, no auge da nossa ingenuidade juvenil, que a construção desses relacionamentos é, no fundo, a nossa própria construção enquanto espíritos eternos; que somos a soma desses encontros e a subtração dos desencontros. Exatamente por isso nos apequenamos toda vez que alguém que fez parte de nossa história parte. Não partimos de uma vez, por mais que a morte, muitas vezes, chegue de maneira abrupta, estúpida, inexplicável. Morremos um pouco toda vez que alguém que fez parte de nossa história se vai, a menos que a internalizemos em nós, que deixemos que sua chama, sua essência, continue a viver em nós até no dia que nossa própria chama se apague.


Vá em paz, Younes Mahfouz, sua família e amigos nunca te esquecerão!

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