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Descoberta de gás não trará benefícios agora
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, admitiu ontem que os 419 bilhões de metros cúbicos de gás natural descobertos na Bacia de Campos deverá levar de oito a dez anos para chegar ao consumidor final, embora a empresa vá trabalhar para que o consumidor possa se beneficiar da descoberta o mais rapidamente possível.
Ele lembrou que os grandes volumes de gás descobertos na Bacia de Santos - que ainda não podem ser consideradas reservas, pois isto só ocorre quando essas descobertas passam a ser consideradas comercializáveis - podem sim, modificar no médio prazo o perfil da matriz energética brasileira, hoje pobre em gás.
É importante, no entanto, lembrar que esses volumes estão perto dos grandes centros consumidores de petróleo - o eixo Rio-São Paulo, que consome grande parte do diesel brasileiro. Boa parte deste diesel, a gente sabe, nas áreas de transporte urbano e na área industrial, principalmente, pode ser substituído pelo gás natural.
Estrella lembrou, ainda, que a estatal está investindo US$ 1,1 bilhão na melhoria da rede de gasoduto do Nordeste/Sudeste, o que também vai contribuir para a comercialização mais rápida das novas reservas. O diretor de Exploração e Produção da Petrobras garantiu que a estatal ainda vai perfurar alguns poços na Bacia de Santos, pois acredita na possibilidade da existência de mais gás no local.