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Dengue persiste no frio e Capital antecipa campanha

Campo Grande News/ Aline dos Santos - 02 de agosto de 2010 - 13:22

Resistindo a temperaturas de até 14ºC, o Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, transforma o inverno de Campo Grande em propícia estação, deixa no passado a ideia de que os casos da doença diminuem com o frio e força a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) a antecipar as estratégias de controle, antes só deflegradas próximo ao verão.

Desde janeiro, a Capital já registrou 38.882 casos notificados e matou 22 pessoas. No mês de julho, quando, tradicionalmente as notificações caíam, foram 180 notificações.

“O mosquito está de adaptando ao ambiente. Antes, ele não sobrevivia aos 19ºC. No Sul do País, só eram registrados casos importados”, salienta Ana Paula de Lima Rezende, diretora de Assistência à Saúde. Ela explica que o mosquito transmissor da dengue já é encontrado à temperatura de 14ºC.

“E se está frio, a fase de pupa é prorrogada por mais 15 dias para então eclodir”, explica. A fase de pupa, último estágio ante de o mosquito nascer, dura três dias.

O avanço da dengue também ganha impulso devido ao fato de o vírus ter quatro subtipos. Três circulam em Campo Grande. Desta forma, quem teve dengue pelo tipo 3, que causou epidemia com 46 mil casos em 2007, ainda pode ser contaminados pelos tipos 1 e 2. O tipo 4 ainda não circula no Brasil.

De acordo com a diretora da Vigilância em Saúde, Márcia Dal Fabbro, o organismo produz anticorpos contra o tipo do vírus que causou a infecção. Porém, pode oferecer menor resistência contra um sorotipo diferente.

Neste ano, o maior numero de casos foi pelo tipo 1, mas agora o tipo 2, cuja última epidemia foi registrada há oito anos, começa a ganhar força. Márcia atribui o alto numero de mortes aos casos de comorbidades. Ou seja, doenças já existentes como diabetes, hipertensão e obesidade. Em 2007, foram confirmadas duas mortes por dengue.

Preocupante– O Lira (Levantamento Rápido de Índice de Infestação) mostra que a situação está mais crítica em sete bairros: Cruzeiro, Bela Vista, Carvalho, Glória, Itanhangá Park, Monte Líbano e São Bento. “São bairros de maior poder aquisitivo, onde há maior dificuldade para acesso de agentes comunitário e de endemias”, afirma a secretária adjunta Ana Lúcia Lyrio.

O aceitável pelo Ministério da Saúde é índice de infestação de 1%, ou seja, 1 foco a cada 100 imóveis. Nos sete bairros, o índice chega a 1,5%. “É preocupante”, reforça o secretário municipal de Saúde, Leandro Martins. Nos locais citados, os maiores problemas são os jardins, piscinas e caixas de água.

Aprovado no fim de 2009, o novo Código Sanitário traz multa de R$ 100 a R$ 15 mil para quem manter o acúmulo de água parada, favorecendo o surgimento de focos do mosquito.

De acordo com o titular da Coordenadoria de Julgamento e Consultas, o advogado Fábio Oliveira, após a inspeção, o morador terá 15 dias para recorrer da autuação, com prazo de mais 15 dias para que a Sesau analise os recursos. Quem não pagar, será inscrito na Dívida Ativa.

Outros recursos são os alvarás judiciais, para garantir a entrada dos agentes em imóveis fechados ou nos quais os proprietários não permitam o acesso.

“A prioridade é resolver o problema. A gente quer encontrar dono do imóvel, conversar. Porque a multa pode até ir para a Dívida Ativa, mas o problema fica sem ser resolvido”, afirma a diretora da Vigilância Sanitária, Cleise Silva.

Apelo – Antecipada, as ações de combate à dengue incluem mobilização social, reforço da fiscalização em floriculturas, cemitérios e ferro velhos, além de capacitação para enfermeiros da rede pública e particular de saúde, além da retomada do Comitê de Combate.

O apelo é para que a população participe e tome medidas como eliminar locais que acumulem água, como pratinhos de vasos, verifique se a calha está limpa e se a caixa de água está fechada.

Quanto à gincana, o secretário de Saúde explica que o resultado do ano passado não ficou a contento. “Vamos ver o que não funcionou”, explica, lembrando que a gincana pode ser realizada, mas somente após as eleições.


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