As campanhas do PT foram financiadas com a utilização de um caixa dois. A afirmação partiu do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares em entrevista concedida à Folha de São Paulo, publicada na edição deste sábado.
Ele deu as informações ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, depois que o empresário Marcos Valério, apontado como um dos operadores do "mensalão", falou ao MP sobre os empréstimos que fez a pedido de Delúbio para o PT.
O ex-tesourerio, que renunciou após ser apontado como operador do mensalão pago a deputados aliados, confirmou os empréstimo. Essa versão afastaria a suspeita de que o PT utilizou recursos públicos ou superfaturou contas de empresas públicas.
Ele não especificou quais candidatos receberam dinheiro obtido com empréstimos feitos por Valério, só citou que “todos”. O único isentado foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2002. Ele justificou que pela popularidade de Lula houve muitas doações.
Delúbio considerou que o caixa-dois é uma prática generalizada no país.
Valério, que falou ao procurador Antonio Fernando de Souza que os depósitos eram lícitos, tenta se valer da chamada delação premiada, ou seja, passar informações e ter benefícios caso venha a ser réu em ação penal.