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Delcídio quer investimentos em ferrovias
O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) retorna nesta segunda-feira à Brasília com a missão de iniciar os trabalhos da Sub-Comissão dos Marcos Regulatórios do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, do governo federal, que propõe investimentos de R$ 503 bilhões em infra-estrutura, em todas as regiões do país.
- Minha tarefa e a de todos os membros da comissão é estabelecer as regras para que a iniciativa privada participe do PAC e junte-se ao esforço que o governo está fazendo para o Brasil crescer a taxas maiores que as atuais, gerando mais riquezas, empregos e desenvolvimento esclarece Delcídio.
O senador diz que a iniciativa privada aguarda uma legislação que proporcione segurança aos investidores.
- De tudo o que está previsto no PAC, 43 % são obras e serviços custeados pela iniciativa privada, que aposta no crescimento da economia e no conseqüente retorno dos investimentos. Muitos estão prontos para se tornarem parceiros do governo. Mas para isso é preciso que se estabeleçam regras claras e bem definidas, com os riscos normais de mercado neste tipo de negócio explica.
Na semana passada, durante jantar na casa do senador Eduardo Suplicy (SP), do qual participaram os demais membros da bancada do PT no Senado, Delcídio conversou com o presidente Lula sobre o assunto e garantiu que o trabalho da sub-comissão vai ser rápido e consistente.
- O Brasil não pode esperar. Temos que crescer com mais rapidez para atender aos milhões de trabalhadores que ingressam todo ano no mercado de trabalho. E para crescer é preciso de infra-estrutura, com ferrovias, rodovias, hidrovias, energia e telefonia de boa qualidade adverte o senador.
FERROVIA
Delcídio cita como exemplo a necessidade de marcos regulatórios claros para quem vai investir em ferrovia
- Um dos desafios é recuperar a malha e transformar o modal ferroviário num dos mais eficientes do Brasil.O monopólio estabelecido no setor ferroviário a partir da venda de ativos da Novoeste, Ferronorte e a Ferroban, entre 1996 e 1998, trouxe uma série de problemas. As ferrovias foram sucateadas porque aquela modelagem de privatização não ajudou. Empresas que estavam em estado falimentar ganharam a concessão para explorar as ferrovias. Depois, foi a vez dos fundos de pensão assumirem a administração, apesar de não conhecerem a operação ferroviária. No caso específico da Novoeste a privatização foi um desastre para Mato Grosso do Sul. Essa ferrovia poderia ser um fator que asseguraria a competitividade no frete dos nossos produtos, mas o que se viu foi justamente o contrário lembra o senador.
Relatório recentemente divulgado pela Confederação Nacional de Transportes traz um diagnóstico do estado das ferrovias e chama a atenção para alguns aspectos apontados por Delcídio como entraves que inviabilizam o transporte ferroviário no país.Além da concentração da malha ferroviária nas mãos de um grupo reduzido de empresas, outro problema é a ausência de modais de transporte ao longo das ferrovias, que dariam mais racionalidade e maior flexibilidade ao escoamento da produção.
- Isso faz com que as tarifas de transporte cobradas pelas ferrovias no Brasil sejam mais elevadas do que as praticadas pelo setor rodoviário, o que está na contra-mão do que o mundo inteiro pratica - avalia o senador.
Uma das tarefas da Sub-Comissão dos Marcos Regulatórios do PAC é estabelecer regras para o setor , focadas na elaboração de uma logística que crie modais de transporte ao longo das ferrovias.
- Vamos criar regras que estabeleçam as condições necessárias para acompanhar, fiscalizar e cobrar o cumprimento dos contratos de concessão e de arrendamento das ferrovias, que não estão sendo cumpridos - afirma Delcídio.